Boato – Adélio Bispo de Oliveira, acusado de esfaquear o candidato Jair Bolsonaro (PSL) em Juiz de Fora (MG), é filiado ao PT e coordena campanha de Dilma na cidade.
Em meio a já conturbada campanha eleitoral, uma notícia caiu como uma bomba. O atentado ao candidato Jair Bolsonaro (PSL) na cidade de Juiz de Fora (MG) gerou uma comoção nas pessoas. Em meio a tentativas de tentar entender o que aconteceu, o que não faltou foi informação falsa surgindo na internet. Vamos desmentir a primeira delas aqui.
Circula na internet a informação de que Adélio Bispo de Oliveira, homem suspeito de esfaquear Bolsonaro, é filiado ao PT e responsável pela campanha de Dilma Rousseff (que concorre ao senado em Minas Gerais pelo PT) na cidade de Juiz de Fora. Uma “biografia” dele surgiu na web. Leia:
Adélio Bispo de Oliveira é o nome do petista que tentou matar Jair Bolsonaro hoje em Juiz de Fora. Ele é filiado ao Partido dos Trabalhadores. É natural de Montes Claros, formado na Universidade Federal de Viçosa em Pedagogia! É militante do PT, responsável pela campanha de Dilma Rousseff em Juiz de Fora. Preso em flagrante!
Adélio Bispo de Oliveira, homem que tentou matar Bolsonaro, é filiado ao PT?
A tal tese está se espalhando com muita força em redes sociais. Porém, a informação que aponta que Adélio Bispo de Oliveira, o homem acusado pelo atentado, é filiado ao PT e ligado à campanha de Dilma não procede. Vamos explicar tudo aqui.
Primeiro ponto: a mensagem (assim como em tantos outros casos impactantes) “brotou na internet” carregando consigo as principais características de boatos (enquanto vocês não gravarem isso, vamos continuar batendo nessa tecla): é vaga, alarmista e não cita fontes confiáveis. Logo, a informação não mereceria ser compartilhada sem uma checagem mais acurada.
Há três pontos reais na informação. O primeiro deles é que o suspeito de esfaquear Bolsonaro se chama, de fato, Adélio Bispo de Oliveira (algumas informações falsas que circulavam online apontavam que o homem seria um filiado do PDT chamado José Adélio Bispo de Oliveira). A segunda é que ele foi preso em flagrante. A terceira é que ele é de Montes Claros.
A mensagem também tem alguns pontos controversos. Não encontramos nenhum registro de que ele tenha se formado em pedagogia pela Universidade Federal de Viçosa. Apesar de a Polícia Militar ter apontado que ele “tem curso superior”, Adelio estava trabalhando como servente de pedreiro e não há qualquer registro que liga ele ao curso de pedagogia da Universidade Federal de Viçosa.
Agora tem pontos completamente falsos. O principal é que ele não é filiado ao PT (ou a qualquer outro partido) no momento. Fizemos uma busca no TSE (para fazer a busca, você terá acessar o link, colocar PT, Minas Gerais e baixar um arquivo Excel. Depois você tenta localizar por Adélio no documento e vai ver que não há nada) pelo nome de Adélio Bispo de Oliveira entre filiados do PT em Minas Gerais e nada encontramos.
O homem acusado de tentar matar Bolsonaro foi, de fato, filiado ao PSOL durante 7 anos. Na mesma busca por registros de filiados do PSOL no TSE (seguindo os passos citados no parágrafo anterior), descobrimos que Adélio Bispo de Oliveira se filiou ao PSOL em Uberaba (MG) em 06/05/2007 e teve o registro cancelado (ao seu pedido) em 29/12/2014.
Para terminar: além de o fato de ele não ser filiado ao PT reforçar que ele não é responsável pela campanha de Dilma em Juiz de Fora (MG), não há qualquer informação que endosse isso. Ao analisar as redes sociais de Adélio, não encontramos nenhum material de campanha pró-Dilma. Apenas aqueles “velhos e péssimos” posts que ajudam a acirrar o ódio entre direita e esquerda e que andam tão populares (e geram muito conteúdo por aqui).
Resumindo: a história que aponta que Adélio Bispo de Oliveira, homem que tentou matar o candidato Jair Bolsonaro (PSL), é filiado ao PT não procede. Não passa de um boato (com certeza não o último que vamos tratar) repercutindo o atentado a Bolsonaro.
PS: Esse artigo é uma sugestão de leitores do Boatos.org. Se você quiser sugerir um tema para o Boatos.org, entre em contato com a gente pelo site, no Facebook e WhatsApp no telefone (61) 991779164.