Boato – Esposas de bolsonarista e petista que morreu assassinado em Foz de Iguaçu se conheciam, ela era convidada da festa e crime não teve motivação política.
O assassinato do guarda municipal e tesoureiro do PT em Foz do Iguaçu chocou a cidade paranaense na noite do dia 9 de julho de 2022. Na ocasião, Marcelo Arruda comemorava seu aniversário de 50 anos com a temática PT, com várias imagens do partido e também do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Após a divulgação de imagens da festa, o policial penal federal Jorge José da Rocha Guaranho se dirigiu até o local da comemoração, gritando “Bolsonaro” e palavras contra o PT. Os dois discutiram e, depois de alguns minutos, Guaranho retornou à festa armado e atirou contra Marcelo Arruda, que revidou, mas não sobreviveu aos tiros.
E de acordo com uma história que está circulando nas redes sociais, o bolsonarista Jorge José da Rocha Guaranho conhecia o petista Marcelo Arruda. Ainda segundo a publicação, a mulher de Guaranho era amiga da esposa de Arruda e foi convidada para a festa. De acordo com a história, ao chegar no local, Guaranho se deparou com a temática e não quis deixar a esposa na festa. Segundo a história, os dois homens discutiram e Arruda jogou cerveja no rosto de Guaranho. Ainda segundo a publicação, o crime não teve motivação política e não passou de uma briga de “bêbados de porta de bar”. Confira:
“Querem se vitimizar o PT então vamos joga merda no ventilador e para com essa palhaçada. Dois policiais, um morto e outro gravemente ferido! A mulher do tesoureiro Guarda municipal era amiga da mulher do policial penal e uma convidou a outra para a celebração de aniversário do marido. Quando o policial penal foi levar a mulher a festa viu que o tema era do PT, não quis deixar a mulher permanecer. Nisso houve uma discussão no estacionamento onde o guarda e tesoureiro do PT, jogou cerveja na cara do policial penal e atirou pedras em seu carro, ele saiu e levou a esposa, mas voltou armado, o guarda que tinha jogado cerveja na cara do policial, sabia que ele voltaria e também se armou. Ou seja: – Os dois “POLICIAIS” se conheciam, suas mulheres eram amigas e o pau torou por intolerância de bêbados de porta de bar e não de militantes políticos. Mas como o PT é mestre em criar narrativas nos cenários que eles mesmos fabricam, está aí a história perfeita para o bando de escarnecedores falsos e mentirosos saírem como vitimas e perseguidos”.
Bolsonarista conhecia petista morto em Foz do Iguaçu e crime não teve motivação política?
A informação viralizou nas redes sociais, em especial, no Facebook e no WhatsApp e está sendo alimentada por grupos bolsonaristas para atacar a esquerda. Apesar disso, a história não é real. A explicação fica por conta da falta de provas e dos depoimentos já colhidos pela polícia do Paraná.
Não é de hoje que histórias falsas criando versões fantasiosas sobre crimes circulam na internet. A equipe do Boatos.org já desmentiu inúmeras delas, como a que dizia que uma foto mostrava Marielle Franco sentada no colo de Marcinho VP. Também a que indicava que o jovem morto pela polícia no Jacarezinho teria posado em uma foto com com um fuzil e, por fim, a que apontava que uma foto mostraria Bolsonaro sem a cicatriz da facada.
Além disso, desde que o crime ocorreu, a imprensa brasileira tem realizado uma intensa cobertura sobre o caso. As diversas entrevistas com testemunhas colocam em xeque a teoria levantada pela história de hoje.
A primeira delas é de que Marcelo Arruda e Jorge José da Rocha Guaranho se conheciam. Marcelo Arruda era conhecido em Foz de Iguaçu. Afinal de contas, foi candidato a vice-prefeito pelo PT, em 2020. Entretanto, não conhecia Jorge José da Rocha Guaranho intimamente (e muito menos sua esposa era amiga ou conhecida da esposa de Guaranho). A prova é o depoimento de 8 testemunhas que participaram do aniversário e a própria afirmação da esposa de Marcelo Arruda.
A segunda teoria levantada pela história é a de que Marcelo Arruda teria atirado cerveja no rosto de Jorge José da Rocha Guaranho e pedras contra o carro do homem. Um vídeo divulgado na internet chegou a sustentar a teoria, mas a história foi contestada pelo filho mais velho de Marcelo Arruda. De acordo com ele, Guaranho fez um movimento como se estivesse armado e a primeira reação de Marcelo foi pegar um punhado de terra para jogar contra Guaranho.
A terceira teoria apresentada na história de hoje é que o crime não teve motivação política. Ao contrário do que diz a história, que o caso teria sido uma “briga de bêbado de porta de bar”, os fatos levantados até aqui apontam para algo bem diferente. Segundo a esposa de Marcelo Arruda, Guaranho chegou ao local e, ao manobrar o carro, baixou o vidro e começou a gritar “aqui é Bolsonaro” e “PT lixo”. A própria mãe de Jorge José da Rocha Guaranho deu uma declaração onde afirma que o crime foi “culpa do extremismo”. Segundo ela, a intolerância política levou o filho a cometer o crime, uma vez que os dois não se conheciam.
Ainda não é possível cravar que o crime ocorreu por motivação política (estamos com essa precaução apenas porque temos a prudência que algumas pessoas não têm), mas os indícios apontam para isso. De toda forma, a hipótese de uma simples briga de bar não tem nenhum respaldo até o momento.
Em resumo: a história que diz que bolsonarista conhecia petista assassinado em Foz de Iguaçu e que o crime não teve motivação política é falsa! Toda a história é desmentida pelos depoimentos coletados pela polícia até o momento. De acordo com 8 testemunhas, mais a esposa de Marcelo Arruda, o aniversariante não conhecia o bolsonarista que invadiu a festa. Além disso, a própria mãe do bolsonarista Guaranho afirmou que acredita que o crime tenha sido cometido por intolerância política. A investigação da polícia segue sendo feita, mas os fatos coletados até o momento indicam que os dois não se conheciam e que o crime teve motivação política. Ou seja, a história não passa de balela!
Ps.: Esse artigo é uma sugestão de leitores do Boatos.org. Se você quiser sugerir um tema ao Boatos.org, entre em contato com a gente pelo site, Facebook e WhatsApp no telefone (61) 99458-8494.
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