Boato – O prefeito de São Paulo, Bruno Covas, comprou 38 mil caixões por causa da Covid-19 e tem 20 mil empilhados um depósito.
Para organizar as publicações no site, o Boatos.org, nos últimos tempos, tem marcado algumas publicações com as chamadas “tags”. No momento, duas estão ativas: coronavírus e eleições 2020. E, pela primeira vez, um boato entrará com as duas marcações.
De acordo com uma imagem que estão circulando online, o prefeito de São Paulo (e candidato à reeleição) Bruno Covas comprou 38 mil caixões por causa da Covid-19. Porém, o “número baixo de mortes” (de acordo com a mensagem, claro) fez com que 20 mil ficassem “empilhados em um depósito”. Leia a mensagem que circula online:
SÓ PRA NÃO ESQUECER. AO INVÉS DE INVESTIR NA SAÚDE, INVESTIU EM CAIXÕES. AGORA ESTÁ AI PEDINDO O SEU VOTO. [Foto de Bruno Covas]: Comprou 38 mil caixões. 20 mil estão empilhados no depósito. Um grande gestor.
Bruno Covas tem 20 mil caixões empilhados em um depósito em São Paulo?
Como vocês viram, a publicação faz uma crítica frontal ao prefeito de São Paulo. Para quem não entendeu, a mensagem subliminar da mensagem é a de que Bruno Covas achou que a Covid-19 ia matar mais gente do que matou e resolveu comprar 38 mil caixões. Só que a Covid-19 não matou tanta gente e ele ficou com os caixões empilhados. Não só a postagem tem distorções como a interpretação está errada.
Antes de tudo, as características da mensagem. Assim como um bom boato na internet, ela é vaga (não fala das condições da compra ou mesmo quando foram encontrados os 20 mil caixões), alarmista e não cita nenhuma fonte confiável. Além disso, esse não é o primeiro (nem o segundo, nem o quadragésimo, como vocês podem ver aqui) boato relacionado à Covid-19.
Ao buscar sobre o assunto, descobrimos que a acusação de “erro de gestão” não procede. É fato que a Prefeitura de São Paulo fez uma compra de quase 38 mil caixões em 2020 (mais exatamente 37.109). Porém, como aponta essa publicação do Projeto Comprova, a compra não se deu “por causa da Covid-19”. A prova disso é que, sem pandemia, a cidade comprou, em 2019, 72 mil urnas funerárias.
É importante citar que a tese (que colocou um número sem qualquer comprovação de que fosse real) circulou na internet em julho de 2020. De lá para cá, só por Covid-19, morreram mais 6 mil pessoas por causa da doença. Ou seja: infelizmente, muitos caixões tiveram que ser utilizados entre julho e outubro.
Resumindo: não é verdade que Bruno Covas comprou 38 mil caixões por causa da Covid-19 (o número não é tão discrepante com as compras de outros anos). Também não há provas de que 20 mil caixões estão empilhados em um depósito e, muito menos, que serão perdidos porque o coronavírus “não é de nada” (o que é outra mentira deslavada).
Ps.: Esse artigo é uma sugestão de leitores do Boatos.org. Se você quiser sugerir um tema ao Boatos.org, entre em contato com a gente pelo site, Facebook e WhatsApp no telefone (61)99177-9164.
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