Boato – A verdade apareceu! O documento encontrado no celular de Mauro Cid nada tinha a ver com intervenção militar ou golpe. Era apenas um exercício escolar de 2017.
Nos últimos dias, a situação do ex-presidente Jair Bolsonaro e, principalmente, do seu ajudante de ordens Mauro Cid tem se complicado demais. Uma das novas histórias aponta para diálogos de cunho golpista que Mauro Cid teve com outros militares. Em meio a isso, uma tese tenta minimizar a ação.
Um texto que está circulando na internet aponta que não há qualquer problema nos diálogos empregados pelo fato de o documento utilizado como “prova do crime” (um diálogo de um militar com o jurista Ives Gandra Martins) ter ocorrido em 2017, antes de Bolsonaro entrar no governo. Leia o texto que circula por aí:
“O documento que a PF encontrou no celular do cel. Cid e q procedia de um coronel q hoje cumpre missão no exterior e q foi entendido como pregação recíproca de golpe, p ferrar o governo e consequente eletrizante frenesi do Xandão, que finalmente tinha algo para acabar c/Bolsonaro, causou decepção à turma do governo. Dr. Ives Gandra, jurista, veio a público e esclareceu q aquele documento de 2017( eles nem olharam a data nem detalhes) não passou de um exercício de consulta dos então alunos do curso q executavam e do professor Gandra.
Foi passado pela imprensa como se fosse a preparação de um golpe contra o Lula. Este mandou exonerar o coronel da função q exerce no exterior. E agora? O documento, um exercício escolar, de 2017, quando o presidente era Temer e os atuais “golpistas” estavam em curso, e nem poderiam sonhar c/ funções no futuro. Mais um tiro n´água desse desgoverno e seus juízes do Reich e sua polícia estatal SS e sua Gestapo…” *VOCÊ TEM DE REPASSAR, NEM QUE SEJA PARA UM ÚNICO CONTATO. TALVEZ SEJA O ÚLTIMO PEDIDO DE SOCORRO, POIS O CERCO COMUNISTA ESTÁ SE FECHANDO. PELO AMOR DE DEUS!*
Análise da mensagem que está circulando online
Esta mensagem está circulando (exatamente da forma que foi apresentada), principalmente, em aplicativos de mensagens como o Telegram e o WhatsApp. Em alguns casos mais raros, é possível ver a mensagem em outras redes sociais (o que denota que houve um foco em aplicativos de mensagens, possivelmente com uso de recursos automatizados).
A mensagem carrega muitas das características reconhecidas pelo Boatos.org como de fake news. Ela é extremamente alarmista, tem erros de português, não cita qualquer fonte confiável que confirme a história e pede compartilhamento (de uma forma bem apelativa, aliás).
Documento que PF encontrou no celular de Mauro Cid não tinha nada a ver com golpe?
Na realidade, o que pode ser visto na mensagem que viralizou na internet é um exercício retórico que visa “limpar da barra” de Bolsonaro em relação aos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.
De fato, a consulta em questão foi em 2017 e o jurista Ives Gandra (que nada tem a ver com o inquérito, foi apenas citado em uma mensagem) já demonstrou (inclusive ao Boatos.org) que é completamente contrário a uma intervenção militar (ele só não conseguiu convencer os golpistas).
Dito isso, a mensagem simplesmente se aproveita deste elemento para apontar que as mensagens no celular não significam nada em termos de tentativa de golpe. A grande questão é que a “consulta a Ives Gandra” (que, justamente por ser antiga, não deveria nem entrar na conversa entre militares) é apenas um elemento entre tantos outros.
Os diálogos entre Mauro Cid e colegas (alguns muito mais exaltados do que o ajudante de ordens de Bolsonaro, diga-se de passagem) revelam que havia um desejo (que se mostrou inviável graças ao Alto Comando da Forças Armadas) de que houvesse um golpe pró-Bolsonaro. E isso, com certeza, será bem apurado em investigações e julgado pela Justiça.
Para piorar, a mensagem engana em alguns pontos. 1º) O militar que fez o questionamento não está no exterior. 2º) A imprensa, desde o começo, apontou que o documento utilizado era de 2017. 3º) Essa sanha por intervenção militar vem de antes da eleição de Bolsonaro. Logo, o fato de o documento ser de 2017 não significa que não havia um “desejo de golpe”.
Ou seja, por mais que a mensagem fale sobre o documento não ter relação com o golpe, ela ignora o ponto central: de que as outras falas entre Mauro Cid e outros militares são, no mínimo, de posicionamento a favor de um golpe no Brasil. Não é possível dizer que não “há nada”, mas aí é a Justiça vai apontar se há culpados ou não.
Ps: Esse artigo é uma sugestão de leitores do Boatos.org. Se você quiser sugerir um tema ao Boatos.org, entre em contato com a gente pelo site, Facebook e WhatsApp no telefone (61) 99458-8494.
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