Boato – O Exército finalmente descobriu a fraude nas urnas eletrônicas. Isso foi feito após ser descoberto os erros no “voto de rebanho”. Por isso, código-fonte será entregue pelo TSE.
Teorias das mais malucas tem viralizado na internet depois da votação do primeiro turno das eleições de 2022. Uma das que tivemos acesso aponta para uma suposta “decisão drástica” por parte do Exército.
Uma mensagem e um áudio apontam que o Exército resolveu pedir o código-fonte das urnas eletrônicas. Isso ocorreria porque foi descoberta a fraude no “código-fonte” ao perceber a ausência de “voto de rebanho”.
O gênio do áudio aponta que a fraude contra Bolsonaro ficou explícita após descobrir-se que candidatos apoiados pelo presidente tiveram mais votos do que ele. Leia a mensagem que circula online e a transcrição do áudio:
Texto: Exército solicita o código fonte do programa de centralização dos votos. Há uma suposição de erro considerando o voto de rebanho. O ITA é o IME irão fazer a auditoria. Entenda como funciona conforme o áudio que segue.
Transcrição: Jair sempre falava, tem fraude e os caras zoavam. Ele sacaneava a imprensa, sacaneava, não tem prova, não tem prova e realmente ele não tinha prova. Que prova que ele tinha que ele, que queria ter fraude? Que teve fraude? Então agora ele tem a fraude na mão.
O Alexandre Moraes falou que não vai ceder o código-fonte, o exército foi pedir. Ele disse que não ia ceder. Por que é que não vai ceder? Porque a parada é feita no código-fonte, eu acho que eles iam fazer isso em, em centenas de milhares de urnas, não. Fizeram no código-fonte, comanda todas as urnas, só que é como o cara falou neste áudio de 4 minutos.
Esqueceram do voto de rebanho? Como é que o cara vota em você? O que é, o que é o senador aí não vota no presidente, como é que o cara volta em você, que é governador e não vota no presidente? E vai ser fácil pegar esse algoritmo aí.
Porque o IME. Instituto militar de engenharia tem o Ita, Instituto de Tecnologia da Aeronáutica. Tu acha que os caras não vão correr atrás? Era tudo que o Bolsonaro queria, cara. A fraude está aí. A fraude. Eles foram com tanta sede ao pote que esqueceram dos votos de rebanho.
Entendeu? Eles tinham que ter tirado votos também dos governadores, senadores, mas não deixaram correr. Eles se fixaram só nos votos para presidente. E aí foi que se f.., o rabo de fora do gato está aí. É aí que eles vão, vão, vão pegar essa p… e o exército falou. Se tiver fraude, a gente vai intervir, vamos aguardar.
Exército pediu código-fonte das urnas eletrônicas porque descobriu fraude no “voto de rebanho”?
Não demorou para o áudio se espalhar com todas as forças na internet e chamar muita atenção entre bolsonaristas. Só que a informação que aponta para “descoberta de fraude” e “pedido de código-fonte” é falsa.
A mensagem, por si só, já nos deixa desconfiados da veracidade da informação. O texto que circula online é vago, alarmista, tem erros de português e não cita nenhuma fonte confiável que comprove a informação. Além disso, o histórico recente aponta para diversas fake news sobre as urnas eletrônicas.
Ao analisar a tese de que “muitos candidatos” ganharam mais votos do que Bolsonaro, vimos que não há sustentação. Vamos pegar como exemplo o estado de São Paulo. Enquanto o presidente teve 47,7% dos votos, Tarcísio de Freitas (candidato a governador apoiado por Bolsonaro) teve 42,32%.
Vamos pegar outro exemplo: no Distrito Federal, Bolsonaro teve 51,65% dos votos. Ibaneis Rocha, apoiado por ele, teve 50,27%. Ou seja: assumir essa tese do “voto de rebanho” seria assumir que Bolsonaro foi beneficiado pelas urnas (ou governadores aliados prejudicados) em alguns estados.
Vale citar que há casos em que o governador apoiado por Bolsonaro teve mais votos do que o presidente. Um dos casos é de Minas Gerais, em que Zema teve 56,18% dos votos e Bolsonaro teve 43,60%. Neste caso, há, no mínimo, três motivos que explicam os números. 1) O PT não tinha candidato em Minas Gerais, o que incentivou alguns casos da dobradinha “Zema/Lula”. 2) Zema não subiu no palanque com Bolsonaro na campanha, o que não fez a imagem ficar tão colada. 3) As pessoas não são um “rebanho” (ao contrário do que sugere o sujeito do áudio) que votam em bloco em apenas um partido (há gente assim, mas não é regra).
Já deu para ver que a tese de fraude não se sustenta. Mas a coisa não para por aí: a história que aponta que o Exército pediu o “código-fonte” das urnas eletrônicas por conta de uma acusação de fraude não se sustente. Aliás, o Exército já inspecionou o código-fonte das urnas em agosto deste ano. Para a surpresa de zero pessoas, nada encontrou de irregularidade.
Resumindo: é falsa a informação que aponta que o Exército descobriu uma fraude por conta de um “voto de rebanho” (seja lá o que isso signifique) nos estados e que pediu o código-fonte das urnas ao TSE por conta disso. Nem fraudes foram descobertas tampouco houve o pedido (até porque o Exército já inspecionou as urnas eletrônicas) por parte das Forças Armadas.
Ps: Esse artigo é uma sugestão de leitores do Boatos.org. Se você quiser sugerir um tema ao Boatos.org, entre em contato com a gente pelo site, Facebook e WhatsApp no telefone (61) 99458-8494.
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