Boato – Rogério Galloro, ex-diretor da PF, é chefe de gabinete de Fux, investigou caso Adélio e não fez seu trabalho no inquérito das urnas.
Rogério Galloro é ex-diretor do Departamento da Polícia Federal. Ele ficou à frente do cargo entre 2 de março de 2018 a 2 de janeiro de 2019, no final do governo de Michel Temer. Após a posse de Bolsonaro, foi substituído por Maurício Valeixo.
Entretanto, a carreira de Galloro não é nova. Ele já coordenou as forças da Polícia Federal no esquema de segurança da Copa do Mundo de 2014 e dos Jogos Olímpicos de 2016. Em 2017, Galloro ainda foi nomeado Membro do Comitê Executivo da Interpol, como representante das Américas.
Mas de acordo com uma história que está circulando nas redes sociais, parece que atualmente Galloro estaria trabalhando como chefe de gabinete do ministro do STF Luiz Fux. Segundo a publicação, Rogério Galloro também teria investigado o caso Adélio e não teria feito nada no inquérito das urnas eletrônicas. Confira:
“Esse é Rogerio Galloro, ex Diretor Geral da Polícia Federal em 2018, ano em que o hacker invadiu o sistema do TSE. Esse cara tinha por obrigação investigar tudo, mas não, ele não fez nada quando recebeu a notícia crime da invasão por 7 meses no TSE. Galloro hoje é chefe de gabinete do Ministro Fux. Janino o criminosos pai das urnas, hoje é assessor de Barroso Galloro , pra quem não se lembra, foi o Delegado do caso Adélio. #ForçaBolsonaro”.
Galloro é chefe de gabinete de Fux, não fez nada em inquérito das urnas e investigou caso Adélio?
A informação viralizou nas redes sociais, em especial, no Twitter e deixou muitos apoiadores do presidente Bolsonaro revoltados. Apesar disso, a história não é verdadeira. A explicação fica por conta da falta de provas e da realidade dos fatos.
Não é de hoje que ataques contra as urnas eletrônicas e o TSE circulam na internet. A equipe do Boatos.org já desmentiu inúmeras delas, como a que dizia que Marco Maia teria admitido que PT vai fraudar as urnas nas eleições de 2022. Também a que indicava que o TSE teria contratado 32 mil urnas eletrônicas grampeadas que não passaram por testes e, por fim, a que apontava que o TSE teria entregue o código-fonte das urnas eletrônicas para a Smartmatic.
Além disso, existem diversas informações equivocadas na mensagem (na realidade, todas elas). A primeira, que indica que Galloro não fez nada no inquérito da invasão do TSE, é falsa. Após o ocorrido, um inquérito foi instaurado. Durante a investigação, o próprio presidente Jair Bolsonaro acabou vazando dados sigilosos sobre o trabalho realizado pela Polícia Federal. Inclusive, dados sensíveis sobre o processo eleitoral. A Polícia Federal concluiu que Bolsonaro cometeu um crime, mas não indiciou o presidente. Galloro sequer era o responsável pelo inquérito. Na verdade, a pessoa responsável pelo caso era o delegado Victor Neves Feitosa Campos.
A segunda informação errada é a de que Rogério Galloro seja chefe de gabinete do ministro Luiz Fux. Em 2019, após ser exonerado do comando da Polícia Federal, Galloro foi contratado para integrar a equipe da ministra Rosa Weber, no TSE. Sua função principal era atuar no planejamento de ações preventivas contra as fake news. Com a saída de Rosa Weber, Galloro voltou a ser contratado. Dessa vez, para integrar a equipe do ministro Luiz Fux. O ex-diretor da PF passou a cuidar de questões de segurança, segurança e minimização de riscos dentro da gestão interna do tribunal) e relações interinstitucionais.
O terceiro ponto equivocado é a afirmação de que Janino fraudou as urnas eletrônicas e cometeu um crime. Essa história foi desmentida pelo Boatos.org aqui. Na realidade, essa história surgiu em agosto de 2021. Na época, informações falsas davam conta de que Janino estaria sendo investigado pela Polícia Federal. Como explicamos na oportunidade, não existe nenhum inquérito da PF contra Janino e a história da época misturou o inquérito do ataque hacker contra o TSE com o nome do ex-secretário de Tecnologia da Informação do TSE. Além disso, Janino trabalhou por algumas semanas durante a gestão de Luís Roberto Barroso à frente do TSE. Entretanto, o trabalho era de transição e, por isso, já estava com os dias contados.
Já a quarta informação equivocada é a tese de que Galloro investigou o caso Adélio. Inicialmente, o delegado responsável designado para a investigação foi Rodrigo Morais Fernandes. Nos dois inquéritos apresentados à Justiça, a Polícia Federal concluiu que Adélio Bispo agiu sozinho e que ele sofre de transtornos psiquiátricos. No início de 2022, Fernandes foi substituído pelo delegado Martin Bottaro Purper, que retomou as investigações sobre o caso da facada no presidente Jair Bolsonaro. Além disso, a história também foi desmentida pelos serviços de checagem do Estadão e da Lupa.
Em resumo: a história que diz que o ex-diretor da PF, Rogério Galloro, é chefe de gabinete de Fux, não fez nada em inquérito das urnas e foi o responsável pelo caso Adélio é falsa! O texto utiliza diversas informações equivocadas. Galloro não era o responsável pelo inquérito do ataque hacker (logo, não tem como não ter feito nada). Galloro não é chefe de gabinete de Luiz Fux. Na época em que Fux era presidente do TSE, Galloro foi seu assessor especial, cuidando de questões de segurança e combate à fake news. Janino não fraudou as urnas e nem cometeu crime algum. Por fim, Galloro não foi o responsável pela investigação de Adélio Bispo, mas sim o delegado Rodrigo Morais Fernandes. Ou seja, a história não passa de balela!
Ps.: Esse artigo é uma sugestão de leitores do Boatos.org. Se você quiser sugerir um tema ao Boatos.org, entre em contato com a gente pelo site, Facebook e WhatsApp no telefone (61) 99458-8494.
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