Boato – Agora vai. Hackers quebraram o código-fonte das urnas eletrônicas e descobriram em quem cada pessoa votou e, ainda, que fraude ocorreu após às 17h.
Mesmo com os resultados das eleições já definidos, parece que tem gente que ainda não se conforma com a derrota de Bolsonaro nas urnas. A prova disso está na última tese que está viralizando na internet.
Mensagens que estão circulando em redes sociais apontam que, agora sim, foi comprovada a fraude. Isso porque hackers teriam quebrado o código-fonte das urnas eletrônicas e espalhado provas por meio de tabelas.
Uma das tabelas mostra alguns dados de eleitores como o local da votação, nome completo e turno em que votou. Outra das tabelas aponta para a quantidade de pessoas que votaram após às 17h.
A suposta ação dos hackers gerou uma teoria de que os votos desviados de Bolsonaro para Lula teriam sido os de pessoas que votaram após às 17h. Leia algumas das mensagens que circulam online:
Versão 1: URGENTE Tá aí a prova do crime. A fraude ocorreu após às 17h em todo o Brasil. Hackers conseguiram quebrar o código fonte, mas não foi o Exército, foram alguns nerds brasileiros e segundo eles, já entregaram tudo pra Abin. Vamos aguardar algo de concreto. Se está tudo bem….pare de protelar seu Alexandre de Moraes. Versão 2: Hackers brasileiros quebraram o código fonte e já enviaram todo o conteúdo para a Abin. Se tudo isso for verdade algo grande está para acontecer.
Hackers quebraram código-fonte das urnas e descobriram fraude nas eleições?
É claro que a tese se espalhou entre diversas pessoas, inclusive entre as que estão em manifestações nos quarteis. Só que nem há qualquer prova de que os hackers quebraram o tal código-fonte das urnas tampouco que a fraude foi comprovada.
O histórico de anúncios de “fraude comprovada” já nos deixa desconfiados da veracidade da informação. De documento apócrifo a teorias da conspiração que apontam para seções com zero votos para Bolsonaro e “urnas não contabilizadas”, o que não tem faltado é fake news sobre o assunto.
Olhando as mensagens, já conseguimos ver que a história não faz muito sentido. O primeiro ponto que desmente a farsa é o que aponta que o código-fonte das urnas eletrônicas é uma caixa-preta que não pode ser acessado.
Ao contrário, existe, inclusive, para quem se interessar, a apresentação dos códigos-fonte das urnas, que podem ser analisados até o momento da lacração dos sistemas de votação. A regra é clara.
Com isso, podemos aferir que não é preciso ser um “hacker” para abrir o código-fonte. Ele já está aberto para quem quiser conferir. É importante só lembrar que as urnas eletrônicas não são conectadas à internet. Ou seja: não pode ser “hackeada online”.
O segundo ponto está nas próprias “provas” apresentadas: os prints. Eles não são de códigos-fonte. São simplesmente tabelas que foram extraídas de algum dado aberto ou, simplesmente, digitadas a esmo. Seja qual for o caminho, o fato é que a fraude não foi “comprovada”.
Por fim, o conjunto de dados não serve para garantir a tese de que houve fraude nas eleições. Apesar de a mensagem falar que “o mais grave está por vir” (bora esperar, galera), o fato é que não é possível bancar a acusação com o que há publicado até o momento.
Resumindo: nem o código-fonte das eleições é secreto, nem pode ser quebrado online tampouco as tabelas mostradas por aí provam que houve fraude. Na realidade, tudo não passa de mais uma cortina de fumaça que, mais uma vez, não vai resultar em fogo.
Ps: Esse artigo é uma sugestão de leitores do Boatos.org. Se você quiser sugerir um tema ao Boatos.org, entre em contato com a gente pelo site, Facebook e WhatsApp no telefone (61) 99458-8494.
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