Boato – Ex-presidente Lula é dono da offshore, sediada em Delaware, nos Estados Unidos, que possui 14% da JBS.
Uma das balelas que fez mais sucesso na internet e nas páginas do Boatos.org é a de que o Lulinha, filho de Lula, seja o verdadeiro dono da empresa Friboi, do grupo JBS. Pois, agora, com as delações dos executivos da JBS, uma nova “bomba” sobre o caso cai sobre a internet.
A história de hoje dá conta que Lula é dono da offshore, sediada em Delaware, nos Estados Unidos, que possui 14% da JBS. De acordo com as informações que circulam online, a offshore tem como sucessor uma apólice de seguro que teria como beneficiário o ex-presidente e sua família e que está aos cuidados de um ex-diretor do Citibank. Confira:
Informação quente em primeira mão. A offshore com sede em Delaware que é beneficiária de uma participação de 14% do JBS, tem como sucessor uma apólice de seguro. Essa apólice teria como beneficiário o Lula e família. Essa apólice está nas mãos de um ex-diretor do Citibank.
A Receita Federal já aplicou uma multa de R$ 1 bi no Citibank e a Justiça brasileira e Americana já solicitaram ao Citibank que entregue quem é a pessoa física por trás dessa lavagem de dinheiro. É questão de tempo para o Lula explodir.
Lula é dono de empresa de Delaware (EUA) que tem 14% da JBS?
Só pela mensagem já dá para imaginar que a história é falsa. Mas vamos mostrar o “furo da bala” para não restar dúvidas. Sem mais delongas, vamos aos fatos.
Para começar, a “offshore”, que é a empresa Blessed Holdings, não é dona de 14%. A empresa possuía 13% do capital total da JBS, que depois passou a ser 6,6%. Além disso, o dono da Blessed Holdings é conhecido. Em 2014, a JBS informou que a offshore estava em nome das seguradoras US Commonwealth Life e Lighthouse Capital Insurance, tendo como principal acionista Colin Murdoch-Muirhead, que foi executivo sênior do HSBC nas Bermudas.
Além dele, Paul Backhouse, James Walker e Nicholas Ferri, outros diretores da US Commonwealth Life e Lighthouse Capital Insurance, são acionistas da empresa. Vale apontar que são “lobos do mercado dos negócios” com riqueza suficiente para não ser “laranja” de ninguém.
Agora vamos esclarecer o que diz o resto da história. O primeiro ponto é em relação a tal “apólice de seguro”. Afinal, como que uma apólice de seguro pode ser um herdeiro? Apólice de seguro é uma coisa, herdeiro é outra bem diferente. E, ao contrário do que se imagina, elas não se relacionam.
A apólice nada mais é do que o contrato de seguro, onde o segurado repassa à seguradora a responsabilidade sobre os riscos do item segurado. Na apólice estão estabelecidas as cláusulas e condições do seguro. Já o herdeiro é aquele que sucede na totalidade ou em parte uma herança, seja por força de lei ou por testamento.
Dito isso, saiba também que não existe “pessoa física por trás disso” na história do “Citibank”, já que os donos foram revelados em 2014 e eles nada têm a ver com o banco. Sobre a multa aplicada, a história não é bem assim. A Receita Federal aplicou uma multa no valor de R$ 3,1 bilhões ao grupo Bertin por supostas irregularidades no processo de fusão de suas operações com a JBS. O Citibank “embarcou” por causa da responsabilidade solidária por ser a administradora contratada para cuidar do negócio.
Com isso, podemos afirmar que o Lula não é dono de empresa de Delaware que tem 14% da JBS. Tudo não passa de mais uma balela sobre a JBS que picotou um bocado de notícias e tem circulado pelos quatro cantos da internet.
Ps.: Esse artigo é uma sugestão dos leitores Iracema Fahalber, Sâmula Chalub e diversos leitores por WhatsApp. Se você quiser sugerir um tema ao Boatos.org, entre em contato com a gente pelo site, Facebook e WhatsApp no telefone (61) 99331-6821.