Boato – Foi confirmado que Marcelo Valeixo foi colocado como delegado da Polícia Federal (PF) por Sérgio Moro para inocentar Adélio Bispo da facada contra Bolsonaro.
Antes de sair de forma, por assim dizem, conturbada do governo federal, Sérgio Moro era considerado um dos “queridinhos” da turma bolsonarista. O “amor” se transformou em “ódio” contra o ex-juiz e ex-ministro (sentimento que “lulistas” também nutrem por ele). E, no meio disso, uma história que surgiu em 2020 voltou a circular em 2021.
De acordo com uma mensagem, “está confirmado oficialmente” que Marcelo Valeixo, ex-diretor da Polícia Federal indicado por Moro, estaria protegendo Adélio Bispo no inquérito da facada contra Bolsonaro durante a campanha eleitoral de 2018. Também é dito na mensagem que Moro não queria que Alexandre Ramagem assumisse o cargo por causa de um suposto crime de “alta traição” e porque o pai de Moro, Dalton, seria um dos fundados do PSDB. Leia a mensagem que circula online:
Confira o desmentido em vídeo:
Confira o desmentido em vídeo
NOTA: Está confirmado oficialmente que o ex- diretor da PF, delegado Maurício Valeixo, protegido de Moro é demitido pelo Presidente Bolsonaro é o delegado que foi infiltrado para finalizar o inquérito sobre Adélio Bispo, com ordens para esconder os nomes dos mandantes e pagadores dos milionários advogados, impedir a perícia dos celulares dos advogados e de Adélio, dizer que Adélio agiu sozinho e que tinha problemas mentais.
O medo de Moro era que o Delegado Alexandre Ramage assuma a diretoria da Polícia federal. Porque foi ele quem descobriu o crime de alta traição cometido pelo ex-ministro Moro, antigo aliado dos comunístas brasileiros e, cujo pai, o comunísta Dalton Moro é fundador do PSDB e antigo comparsa de FHC, pai da esquerda brasileira.”
Marcelo Valeixo foi infiltrado por Moro para inocentar Adélio Bispo?
O texto, mesmo com um enredo totalmente “2020” (ou quem sabe, “2022”), se espalhou com muita força na internet. Porém, as acusações contra Sérgio Moro não passam fake news requentadas que já foram desmentidas aqui no Boatos.org.
O texto não passa de um trecho de um textão “clássico” em termos de fake news: aquele que começa com “se as pessoas soubessem o que aconteceu, ficariam enojadas”. Trata-se de um boato que sempre aparece após resultados esportivos impactantes ou crises políticas. Veja o que já escrevemos sobre isso:
Inicialmente, esse “textão”, que fala em “escândalo que todo mundo suspeitava”, “reunião secreta”, “venda por valor vultoso” e “aquele pedido de compartilhamento”, circulou ligado a eventos esportivos. Os casos mais famosos são os da final da Copa de 1998 (que deu origem ao fake) e dos 7 a 1 em 2014. Temos até um vídeo sobre isso:
Após as eleições de 2014, a balela (assim como muita coisa no Brasil) saiu do âmbito esportivo e chegou até o âmbito político. Na época, a denúncia (também com a mesma estrutura de texto) falava que o “PT havia comprado as eleições”.
Em todos os casos, muito é dito, mas nada é provado. E assim como nos outros casos, a história de hoje não tem nenhum vínculo com a realidade. Tanto que, ao buscar detalhes sobre o assunto, só achamos o mesmo texto que está circulando na internet. Não tem um dado em fonte confiável que aponte para a tal “trama de venda de inquérito”.
Vale apontar que as acusações contra Marcelo Valeixo e que aponta que o pai de Sérgio Moro é um dos fundadores do PSDB também fazem parte de outras fake news desmentidas no Boatos.org relembre o que escrevemos sobre o assunto:
Marcelo Valeixo
O primeiro erro na mensagem está em dizer que Bolsonaro “detonou Moro”. Como vocês viram, foi o ex-juiz que pediu demissão do Ministério da Justiça. O segundo erro está na acusação de que Valeixo está “segurando os inquéritos” sobre Witzel e sobre a facada contra Bolsonaro.
Sobre o inquérito em relação à facada em Bolsonaro. A primeira conclusão foi feita em setembro de 2018 (menos de um mês após a facada) e dava conta que Adélio agiu sozinho. Detalhe: o diretor-geral da PF não era Marcelo Valeixo. No momento, há investigações em um segundo inquérito. Porém, não existem provas (até o momento) que alguém tenha mandado dar a facada em Bolsonaro.
Pai de Sérgio Moro
Falando sobre a segunda parte da mensagem: também não é verdade que Sérgio Moro é filho do “fundador do PSDB”. Se falarmos em PSDB “nacional”, é possível ver que o nome do pai de Moro não consta na lista de fundadores.
Se falarmos sobre qualquer outro PSDB, temos um desmentido de 2016 em relação a uma publicação que falava que o pai de Moro (Áureo Moro) seria um dos fundadores do PSDB do Paraná. Na época, checamos a informação com o próprio PSDB estadual e chegamos à conclusão de que ela não procedia. Para mais detalhes, leia o nosso desmentido.
Resumindo: nada foi confirmado contra Marcelo Valeixo, ele não tem relação com o arquivamento do caso Adélio Bispo, não há qualquer prova de que Sérgio Moro tenha cometido “crime” de traição contra Bolsonaro e o pai do ex-juiz e ex-ministro não é um dos “fundadores do PSDB”.
Ps.: Esse artigo é uma sugestão de leitores do Boatos.org. Se você quiser sugerir um tema ao Boatos.org, entre em contato com a gente pelo site, Facebook e WhatsApp no telefone (61)99177-9164.
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