Boato – 17 policiais militares se negaram a bater em professores que estavam em protesto no Paraná e foram presos por desobediência.
No Paraná, a situação entre professores e o governo estadual não está nada tranquila. Em meio à segunda grande greve do ano, os docentes entraram em um grande confronto com policiais em frente à Assembleia Legislativa do Paraná, localizada em Curitiba. O ápice da confusão aconteceu no dia 29 de abril.
Entre os muitos incidentes, que culminaram em pelo menos 170 feridos, uma informação viralizou na internet: a de que 17 policiais teriam, de forma heroica, se negado a bater nos professores. Mais: após o ato, eles teriam sido presos pelo comando da PM. A informação surgiu por meio da Agência Estado e foi publicada por quase todos os grandes portais do país. Leia:
No PR, 17 policiais se recusam a fazer cerco a professores e são presos
A Polícia Militar de Curitiba informou que 17 policiais foram presos nesta quarta-feira (29) por se recusarem a participar do cerco aos professores que estavam nas proximidades da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) para acompanhar a votação do projeto que autoriza o governo estadual a mexer no fundo de previdência dos servidores do Estado. A Alep alegava ter recebido uma liminar da Justiça que garantia o veto a entrada de pessoas para acompanhar a votação.
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Na tarde desta quarta-feira, um novo confronto entre a Polícia Militar e professores deixou cerca de 150 pessoas (a maioria professores) feridas, segundo o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Algumas delas estão em estado grave.
A história rendeu textos emocionados como, por exemplo, no Blog de Mario Magalhães, no UOL. Pois bem, apesar da comoção, a história é falsa. Como é possível ver, o texto citado acima é um tanto genérico. Não cita quem são os policiais e tampouco em que situação aconteceram as prisões.
Para além disso, não houve nenhuma filmagem a respeito do assunto circulando na internet. No meio de uma cobertura muito midiatizada e com celulares capturando imagens o tempo todo, é meio estranho não ter nada.
Não demorou muito para as suspeitas da estranha história se confirmarem. No dia seguinte à divulgação massificada, a PM do Paraná negou que qualquer policial havia sido preso. O UOL mostra, neste texto, o desmentido da polícia paranaense. Até o próprio Mário Magalhães acabou retificando a informação publicada em seu blog.
Sendo assim, podemos afirmar que a história de que os policiais paranaense se negaram a bater em professores e foram presos é falsa. Infelizmente, tudo aponta que ninguém se negou a bater em ninguém. E o resultado foi esse que vocês viram por aí.