Boato – Gustavo Freixo, primo do deputado estadual do Rio de Janeiro, Marcelo Freixo (PSOL), deu LSD a alunos e estuprou uma adolescente após o consumo da droga.
Quando o assunto é política, temos vários casos de histórias falsas que pipocam durante o período de eleitoral. Em alguns casos, a história do período eleitoral “revive” e volta a circular na internet. É justamente isso que aconteceu no texto no qual vamos falar.
Na eleições de 2014, começou a circular na internet uma história envolvendo o ex-deputado e candidato ao cargo de prefeito do Rio de Janeiro nas últimas eleições, Marcelo Freixo (PSOL/RJ).
De acordo com o texto, o primo do ex-deputado, Gustavo Freixo, que é professor de história, teria dado LSD aos seus alunos durante uma reunião e estuprado uma jovem que estaria participando do encontro. Nos últimos dias, a notícia voltou a circular, mas, agora, a partir de uma comparação com o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ). “E se o réu fosse primo do Bolsonaro?” é a pergunta que faz a postagem. Confira:
- Primo de Marcelo Freixo, Gustavo, deu drogas e estuprou alunos, diz boato
Primo de Marcelo Freixo, Gustavo, deu drogas a alunos e estuprou uma adolescente?
Bom, a história é delicada e merece o máximo de atenção para não cometermos equívocos. Ela apresenta informações reais, que foram apresentadas pelo Ministério Público com outras informações falsas. Então, antes de começar a colocar os pingos nos is, vamos contextualizar essa história para vocês.
O professor de história, Gustavo Freixo, foi, de fato, denunciado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro por tráfico de drogas e estupro de vulnerável. Policiais da 38ª DP (Irajá) cumpriram o mandado de prisão preventiva contra o professor em 2014, no dia 12 de novembro.
Segundo a denúncia do MP-RJ, Gustavo Freixo usava o pretexto de reforço escolar para marcar encontros fora do horário e do ambiente escolar. Em um dessas reuniões, Gustavo teria feito uma macarronada e, logo após a refeição, dividiu o LSD entre os adolescentes. Ainda de acordo com a denúncia, o professor de História beijou duas adolescentes que estavam participando da reunião. Além disso, manteve relações sexuais com uma delas.
De fato a denúncia é real (ainda cabe a Justiça decidir sobre o caso). Porém, a “ligação com Freixo” é falsa. Não existem provas de que Gustavo Freixo seja primo de Marcelo Freixo. Nenhum veículo de comunicação que noticiou a prisão do professor de história vinculam Gustavo a Marcelo. E, vamos combinar, se existisse algum parentesco, os veículos de comunicação fariam questão de destacar a informação.
Além disso, ao contrário do que diz a postagem que apareceu nos últimos dias, Marcelo Freixo se pronunciou sobre a história na época de sua campanha. Ele e sua assessoria de comunicação desmentiram qualquer vínculo com o acusado. Leia:
Em relação ao suposto primo, chamado Gustavo Freixo, seus próprios advogados já afirmaram que “Gustavo não possui qualquer vínculo, seja qual for a natureza (econômica, familiar, pessoal, política, profissional, etc), com o candidato Marcelo Freixo. Portanto, a tentativa de vinculação, especialmente em grau de parentesco, é falsa e mentirosa, merecendo todo o tipo de censura.
Resumindo: o caso é real e corre na Justiça, mas Gustavo não é primo do deputado estadual Marcelo Freixo. Portanto, nada de passar pra frente histórias infundadas na internet, ainda mais quando elas tratam sobre assuntos delicados, como esse. Pesquise, leia, se informe. Não espalhe boatos.
Ps.: Esse artigo é uma sugestão de leitores do Boatos.org. Se você quiser sugerir um tema ao Boatos.org, entre em contato com a gente pelo site, Facebook e WhatsApp no telefone (61) 994325485.