Boato – Garis aparecem carregando urnas eletrônicas da Venezuela, em vídeo, e TSE vai esconder os equipamentos na favela do Jacarezinho.
Nas últimas semanas, fake news sobre as eleições de 2022 têm bombado na internet. Vão desde acusações contra candidatos específicos até ataques ao processo eleitoral e ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
E com a proximidade do pleito, as coisas têm se intensificado. Exemplo disso é a história de hoje. De acordo com um vídeo que está sendo compartilhado nas redes sociais, o TSE estaria planejando um golpe no dia da eleições.
Segundo a publicação, o vídeo mostraria garis carregando urnas eletrônicas vindas da Venezuela. Ainda segundo a história, o TSE iria esconder todas elas na favela do Jacarezinho. Nas imagens é possível ver garis mexendo nas caixas que levam a inscrição “urna eletrônica”. Confira:
Versão 1: “Recebi agora no Zap, quem pode explicar isso?, gravíssimo. Olhem aí o que estão fazendo Urnas sendo guardada no Jacaré RJ, dentro das favelas provavelmente já com resultados? . Aonde está o responsável pelo TRE esse esconderijo na favela do jacaré ? A gente tem que desconfiar?”. Versão 2: “Gravíssimo o que está acontecendo. Urnas eletrônicas que deveriam estar ais cuidados do TRE local, sendo entregues na favela e carregadas por gari para ser guardadas sabe-se lá para quê? Comenta-se que estão vindo da Venezuela, muitas. Isso compromete a eleição”.
Vídeo mostra garis carregando urnas eletrônicas da Venezuela que serão escondidas pelo TSE na favela do Jacarezinho?
A informação viralizou nas redes sociais, em especial, no Twitter e tem dado o que falar na internet. Apesar disso, a história não é verdadeira. A explicação fica por conta da origem do vídeo.
Ao se deparar com a mensagem, logo de cara ficamos desconfiados. Isso porque ela apresenta as principais características de fake news na internet, como o caráter vago, extremamente alarmista, a falta de fontes confiáveis e a ausência de notícias sobre o assunto em veículos de comunicação confiáveis.
Além disso, fake news sobre as urnas eletrônicas não são novidade na internet. A equipe do Boatos.org já desmentiu inúmeras delas, como a que dizia que militares do Exército responsáveis pelas urnas fizeram uma foto fazendo o L de Lula. Também a que indicava que a Ursal e a esquerda iriam fraudar as urnas eletrônicas em 2022 e, por fim, a que apontava que uma funcionária do TSE teria relatado, em vídeo, vulnerabilidades nas urnas eletrônicas e no sistema eleitoral brasileiro.
Ao pesquisar mais sobre o assunto, descobrimos que o vídeo é verdadeiro. Mas ela não mostra uma ação ilegal e muito muito menos é do TSE escondendo urnas. Após o assunto viralizar nas redes sociais, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) emitiu uma nota explicando a situação.
De acordo com o TSE, a Justiça Eleitoral conta com parceiros para distribuir as urnas eletrônicas nos locais de votação. O Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro tem convênio com a Companhia Municipal de Limpeza Urbana (Comlurb). Dessa forma, os garis do Rio de Janeiro estão aptos a carregar as urnas eletrônicas.
O próprio TRE-RJ fez uma publicação onde explica que todo o trabalho dos garis é acompanhado por servidores da Justiça Eleitoral e policiais militares. O TRE-RJ também ressaltou que a Justiça Eleitoral também possui convênio com concessionárias de ônibus, por exemplo.
Por fim, o vídeo não foi gravado na favela do Jacarezinho. Na realidade, as imagens foram gravadas em 2018, quando os trabalhadores entregavam as urnas na Escola Municipal George Summer, que fica localizada no bairro Riachuelo, na zona norte do Rio.
Em resumo: a história que diz que um vídeo mostra garis carregando urnas eletrônicas vindas da Venezuela que serão escondidas pelo TSE na favela do Jacarezinho é falsa! As imagens são antigas e foram gravadas em 2018, na Escola Municipal George Summer, localizada no bairro Riachuelo, zona norte do Rio. Se isso não bastasse, a ação não é ilegal. O TRE-RJ possui um convênio com a Companhia Municipal de Limpeza Urbana (Comlurb) e, por isso, os garis aparecem carregando as urnas. Todo o trabalho é fiscalizado por servidores da Justiça Eleitoral e pela Polícia Militar. Ou seja, a história não passa de balela!
Ps.: Esse artigo é uma sugestão de leitores do Boatos.org. Se você quiser sugerir um tema ao Boatos.org, entre em contato com a gente pelo site, Facebook e WhatsApp no telefone (61) 99458-8494.
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