Boato – Uma Bíblia de 1.500 anos foi encontrada na Turquia e conta que Jesus não foi crucificado. Vaticano está em pânico.
Se tem uma coisa que é difícil de discutir é religião. Sempre vai ter aquele que acha que o seu Deus é melhor do que o outro ou mesmo que não ter Deus é melhor. E qualquer coisa serve como argumento para defender o seu lado (qualquer semelhança com a política não é mera coincidência).
Uma arma que está sendo utilizada por quem não crê no Cristianismo é uma história que dá conta que uma Bíblia de 1.500 anos foi encontrada na Turquia. A Bíblia tem o evangelho de Barnabé, que teria sido suprimida e contava que Jesus não foi crucificado. Leia:
VATICANO ESTÁ EM PÂNICO! FOI DESCOBERTA UMA BÍBLIA COM 1500 ANOS QUE ALTERA TODA A HISTÓRIA
Foi descoberta uma Bíblia de mais de 1500 anos que está a causar preocupação dentro do Vaticano. Esta bíblia contém o evangelho de Barnabé, um discípulo de Cristo e conta a história de Jesus muito diferente da Igreja Católica.
Esta bíblia escrita em aramaico (língua de Jesus) foi descoberta no ano de 2000, mas mantida em segredo. Os especialistas que analisaram a bíblia dizem tratar-se de um livro genuíno, apenas as páginas estão negras devido à oxidação. Especialistas de Teerã dizem que Jesus não era o Filho de Deus, nunca foi crucificado e subiu aos céus vivo.
O livro também diz que Judas foi crucificado no lugar de Jesus. O Vaticano já pediu às autoridades turcas que deixassem os especialistas da Igreja Católica analisarem e estudarem o livro. Acredita-se que a igreja Católica durante o Concílio da Nicéia tenha feito a seleção dos Evangelhos que fariam parte da Bíblia, suprimindo alguns, dentre deles possivelmente o Evangelho de Barnabé.
A história voltou a circular com força em 2016, mas circula na internet desde 2012. À época chegou a ser notícia na imprensa internacional e em alguns portais do Brasil. Mas será mesmo que esta Bíblia é real? A resposta é não. Vamos aos fatos.
O primeiro ponto é em relação ao Vaticano estar em pânico. O principal fator para derrubar esta tese é que a história circula há quatro anos e pouco se fala nela. Se o Vaticano estivesse em pânico, isso teria virado um escândalo internacional.
Agora falando sobre a obra em si. Para começar, aconteceu uma confusão com os “1.500 anos” do livro. De acordo com este site, a escrita aponta que o livro tem um “1.500” na capa. Ou seja, seria do ano 1.500.
A matéria também encontra alguns erros na linguagem utilizada no livro. Em aramaico, a Bíblia nunca é chamada de “livro” e sim tratada como Novo e Velho Testamento. Além disso, o livro usa a medida de libras, algo que surgiu no Império Otomano (a partir de 1.200 depois de Cristo). Por fim, a Bíblia teve poucos trechos escritos em aramaico. Nenhum deles foi escrito no Novo Testamento (todo em grego).
De acordo com estudiosos do ocidente, o livro deve ter origem no ano 1.500 e foi escrito por alguém que tentou falsificar a história da Bíblia (ou escrever uma nova versão dos fatos). Porém, esta pessoa escorregou nas informações citadas acima.
Sendo assim, podemos dizer que a história que aponta que um Bíblia de 1.500 anos foi encontrada e que o Vaticano está em pânico é falsa. O Vaticano pode até estar preocupado, mas não é com este livro.
Ps: Esse artigo foi uma sugestão do leitor Su Germano. Se você quiser sugerir um tema para o Boatos.org, entre em contato com a gente pelo site ou pelo Facebook.