Boato – Charlie Charlie responde a pergunta que você quiser após você fazer um ritual com lápis e folha de papel.
A internet é uma ferramenta que, comprovadamente, é muito útil no nosso dia a dia. Porém, a web também é fonte inesgotável de bobagens que servem para divertir as pessoas e alimentar sites como o Boatos.org. Depois da história do vestido azul e preto (ou branco e dourado), a mais nova história que se tornou febre é a lenda do Charlie Charlie challenge (ou desafio do Charlie Charlie).
De acordo com textos que circularam em blog e redes sociais (principalmente o Twitter), Charlie é um demônio mexicano que é uma espécie de oráculo. Para realizar a brincadeira é preciso fazer o seguinte procedimento:
Pegue numa folha branca e desenhe duas linhas em forma de cruz. Escreva “sim” no canto esquerdo superior e no canto direito inferior e “não” nos outros dois.
Pegue em dois lápis e coloque-os em cima das linhas que desenhou, um em cima do outro, de modo a que o de cima possa deslizar.
Pergunte alto: “Charlie, Charlie, estás aí?” ou “Charlie, Charlie, podemos jogar?” Provavelmente, o lápis de cima vai mexer-se.
Na internet, uma pancada de vídeos apareceram com o tal desafio e os lápis se mexendo. Mas será que é verdade ou uma bobagem? Ao que tudo indica, é uma bobagem mesmo.
Primeiro vamos às origens da história. A BBC resolveu dar uma de Boatos.org e foi tentar descobrir de onde veio isso e não achou nada sobre Charlie Charlie no folclore mexicano.
Ok. Não existem nenhum demônio chamado Charlie. Mas o que explica o lápis se mexendo nos vídeos? Duas palavras: trollagem e fé. Uma grande parte das pessoas que publicaram vídeos sobre o desafio Charlie Charlie estavam obviamente sem muito o que fazer. Confira alguns exemplos neste link da Time. Outra pequena parte são otários pessoas que se influenciam com o que veem na internet.
Por sinal, tentamos fazer, por curiosidade, o Charlie Charlie Challenge. Talvez por causa do nosso ceticismo, a brincadeira não deu nada certo. Sendo assim, a falsa origem da lenda e o nosso empirismo provam que tudo não passa de uma balela.