Boato – Em Israel, estátuas são expostas na praça para provar que homem e mulher se completam. Não é homem com homem, nem mulher com mulher!
Para muita gente, a frase “o homem foi feito para a mulher, e a mulher para o homem” é muito mais do que uma simples frase, e sim um ensinamento para a vida. Afinal, “Deus quis assim”.
A formação clássica de “casal” deixou de ser maioria e o modelo tradicional de família já não é o mesmo. Mas, ao que tudo indica, a história será bem diferente, se depender do exemplo de Israel.
Isso porque, de acordo com o vídeo e texto que viralizaram nas redes sociais e em aplicativos de mensagens, o país fez duas estátuas para provar que homem e mulher se completam. Leia o que diz a mensagem:
Olha que shoooooow! Israel mandou fazer duas estátuas; e colocaram na praça para afirmar que homem e mulher se completam! Não homem com homem, nem mulher com mulher!
As esculturas se movimentam, interagindo com o princípio bíblico de relacionamento entre casal, serão dois num mesmo corpo. GN2:24 Por essa razão, o homem deixará pai e mãe e se unirá à uma mulher ,e eles se tornarão uma só carne. Deus abençoe o idealizador da obra.
Israel fez duas estátuas para provar que homem e mulher se completam?
Embora a atitude do país tenha gerado polêmica (e alguns aplausos) nas redes sociais, é óbvio que essa história é falsa. Se você ainda não entendeu o porquê, a gente te explica.
Primeiro, não é preciso pesquisar muito para saber que se trata de um boato. Por que? Simples, porque a obra é da Geórgia. Além disso, ao contrário do que se imagina, a obra foi feita para homenagear uma história de amor e, não, para provar que homem e mulher se completam.
Criada pela artista Tamara Kvesitadze, a escultura de aço de 8 metros de altura está localizada na avenida beira-mar de Batumi, na Geórgia. As figuras se movem em direção a outra até que se fundem em uma peça a cada 10 minutos. À noite, as peças são iluminadas com luzes coloridas. Esse vídeo, por sinal, é creditado ao país certo:
A obra, instalada em 2010, foi inspirada na história de amor de “Ali e Nino”, um romance escrito em 1937 por um autor do Azerbaijão que usa o pseudônimo de Kurban Said. A história relata um caso de amor trágico entre um jovem muçulmano do Azerbaijão e uma princesa georgiana cristã durante a Primeira Guerra Mundial.
Sendo assim, podemos afirmar que o texto compartilhado no Facebook e WhatsApp é falso. Ou seja, a estátua não está em Israel e nem vai provar que homem e mulher se completam. Em tempo: o episódio com as estátuas é falso, mas a atitude homofóbica e preconceituosa por trás do boato não. Por isso, não busque na boataria argumentos para o seu preconceito.
Ps.: Esse artigo é uma sugestão do leitor João Jalm e diversos leitores via WhatsApp. Se você quiser sugerir um tema ao Boatos.org, entre em contato com a gente pelo site, Facebook ou WhatsApp no telefone (61) 99331-6821.