Boato – Na Paraíba, 60 crianças receberam doses de vacina para adultos contra Covid-19 vencidas e passaram mal com efeitos colaterais.
A vacinação infantil contra a Covid-19 passou por capítulos dramáticos no Brasil. Quando a solicitação do laboratório Pfizer foi enviada à agência reguladora no país, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o uso da vacina contra a Covid-19 em crianças de 5 a 11 anos.
Apesar disso, o Ministério da Saúde defendia a exigência da prescrição médica para a aplicação do imunizante e promoveu uma consulta pública sobre o assunto (mesmo com a aprovação da Anvisa, órgão responsável pela avaliação e liberação de medicamentos e vacinas no Brasil). No final, o Ministério Público acabou incluindo a faixa etária no Plano Nacional de Vacinação.
Com isso, diversas fake news sobre o assunto começaram a pipocar nas redes sociais. Exemplo disso é a história de hoje. De acordo com uma publicação que está circulando nas redes sociais, 60 crianças teriam passado mal, na Paraíba, após se vacinarem contra a Covid-19. Ainda segundo a história, as crianças teriam recebido doses da vacina destinada a adultos que, por sua vez, estariam vencidas. Confira:
“60 crianças passando mal na Paraíba após a v@c*na de Covid. O secretário disse que houve um erro e aplicaram doses vencidas de adultos nas crianças. Erro? V@c*na vencida? Ou apenas os efeitos colaterais da v@c*na? Anvisa investigando?”.
60 crianças estão passando mal na Paraíba após serem vacinadas contra Covid-19?
A informação foi rapidamente compartilhada nas redes sociais, em especial, no Twitter. Apesar disso, a história não é verdadeira. A explicação fica por conta da mistura de informações reais com dados falsos.
Ao procurar pela história, descobrimos que ela se baseia em uma informação real, mas que distorce muitos dados. No dia 17 de janeiro de 2022, a Secretaria de Saúde da Paraíba comunicou um erro durante a vacinação de crianças de 5 a 11 anos contra a Covid-19, no município de Lucena (PB).
Segundo a pasta, 49 crianças receberam doses da vacina Pfizer destinadas a adultos. A dose recomendada para crianças é menor e, por isso, os frascos do imunizante infantil são identificados pela cor laranja. Ainda de acordo com a Secretaria de Saúde, 36 crianças receberam doses vencidas, enquanto as outras 13 receberam doses dentro do prazo de validade. Segundo o levantamento realizado pela pasta, cerca de 200 pessoas (entre adultos e adolescentes) também receberam o imunizante vencido.
O levantamento preliminar, divulgado no dia 16 de janeiro de 2022 pelo secretário de saúde da Paraíba, Geraldo Medeiros, indicava que 60 crianças teriam sido afetadas pelo erro. Mas os dados revisados foram apresentados no dia seguinte e apontavam 49 crianças entre 5 a 11 anos afetadas pelo erro.
E apesar do erro, a informação de que as crianças estariam passando mal não é verdadeira. Ao procurarmos pelo caso, algumas mães indicaram que as crianças vacinadas equivocadamente apresentaram reações comuns à vacina (como febre, dor no local, sensação de estar ficando resfriado etc). De acordo com a Secretaria da Saúde da Paraíba, as crianças estão sendo monitoradas e a Prefeitura de Lucena (PB) já disponibilizou uma equipe médica para atender as famílias, caso seja necessário.
Se isso não bastasse, as doses aplicadas nas 49 crianças de Lucena (PB) foram administradas antes da inclusão da faixa etária no Plano Nacional de Vacinação pelo Ministério da Saúde. Segundo a Prefeitura do município, as doses foram aplicadas de maneira equivocada e sem autorização por uma técnica de enfermagem do município. A técnica, o secretário de saúde de Lucena (PB) e duas responsáveis pela Unidade Básica de Saúde (UBS) onde os imunizantes foram aplicados acabaram afastados pela Prefeitura.
Em resumo: a história que diz que 60 crianças, na Paraíba, receberam doses de adulto da vacina contra a Covid-19 e estão passando mal é falsa! A história se baseia na informação real de crianças foram imunizadas com doses de adulto da vacina contra a Covid-19, na Paraíba. Apesar disso, o número de crianças afetadas foi de 49 e não 60, como diz a história. Além disso, apenas algumas mães relataram reações adversas comuns ocasionadas pelo imunizante e as crianças seguem em monitoramento. Por fim, a Prefeitura de Lucena (PB) informou que uma técnica de enfermagem aplicou as doses antes da inclusão de crianças de 5 a 11 anos no Plano Nacional de Vacinação, do Ministério da Saúde, e afastou todos os envolvidos no erro. Ou seja, a história não passa de balela e não é motivo para não vacinar seus filhos.
Ps.: Esse artigo é uma sugestão de leitores do Boatos.org. Se você quiser sugerir um tema ao Boatos.org, entre em contato com a gente pelo site, Facebook e WhatsApp no telefone (61) 99458-8494.
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