Boato – A Anvisa acabou de confirmar que 34 pessoas morreram e 767 sofreram efeitos adversos após tomarem as vacinas contra Covid-19 da AstraZeneca/Oxford (Covidshield) e da Sinovac/Instituto Butantan (Coronavac).
Quase tão recente quando o “jornalismo de checagem”, o chamado “jornalismo de dados” é um ramo que tem crescido nos últimos anos. O grande problema do “gênero” é que, às vezes, a fonte dos dados não deve ser utilizada para as análises. É o caso de hoje.
De acordo com textos que circularam em redes sociais, a Anvisa acabou de confirmar que 34 pessoas morreram por causa das vacinas contra Covid-19 no Brasil. A mensagem aponta que os óbitos e 767 casos de efeitos adversos foram causados pela Coronavac (vacina da Sinovac/Instituto Butantan e pela vacina da AstraZeneca/Oxford. Confira mensagem que circula online (principalmente, por meio de prints em redes sociais):
Confira o desmentido em vídeo:
Anvisa confirma 34 óbitos e 767 efeitos adversos em primeiro mês de vacinação Ao todo foram 767 notificações de efeitos adversos, entre leves e graves, 525 da vacina da CoronaVac e 243 da Astra Zeneca.
Anvisa confirma que 34 pessoas morreram por causa de vacinas contra Covid-19?
A imagem em questão viralizou com muita força em redes sociais e deixou muita gente falando da vacina em questão. Porém, não é verdade que a Anvisa confirmou que morreram 34 pessoas por causa das vacinas contra Covid-19.
Na realidade, a mensagem que está circulando repete o erro de outras informações erradas sobre “mortes por vacinação” (há alguns dias, desmentimos a informação falsa que apontava que “centenas de americanos” teriam morrido por causa da vacina contra o coronavírus). Na realidade, o anúncio de mortes se baseava em um dado que não serve para contabilizar mortes.
A base para os dados é o sistema Vigimed. Nele, cidadãos podem, por meio de um formulário, relatar supostos efeitos adversos de medicamentos e vacinas. Porém, as informações contidas não são 100% verificadas. Também não é possível fazer, por exemplo, correlação entre um óbito e, por exemplo, um remédio ou uma vacina. Na própria página do sistema Vigimed, no site da Anvisa, há alguns avisos para que não se faça qualquer interpretação dos dados e que as informações se referem a suspeitas. Leia um aviso contido:
As informações incluídas no painel não podem ser utilizadas para determinar taxas ou probabilidades de ocorrência de um efeito adverso nem para comparar taxas entre medicamentos/vacinas diferentes. O número de notificações não pode ser interpretado ou utilizado isoladamente para formular conclusões sobre a existência, severidade ou frequência de problemas associados a medicamentos e vacinas.
Como sempre costumamos fazer, fomos buscar por mais informações a respeito das tais “mortes pela vacina” confirmadas pela Anvisa. Sabe quantas encontramos? Zero. Até o momento, nenhuma morte causada pelas vacinas contra Covid-19 foi confirmada no Brasil (o número é “um pouco menor” do que as mais de 250 mil mortes confirmadas por Covid-19).
Com isso, podemos apontar que a Anvisa não confirmou que 34 pessoas morreram em decorrência da vacinação contra a Covid-19. Os dados apontados no Vigimed não provam que houve mortes e a própria agência ressalta que eles não devem ser utilizados e interpretados para aferir a quantidade de efeitos colaterais de uma medicação ou vacina.
Ps.: Esse artigo é uma sugestão de leitores do Boatos.org. Se você quiser sugerir um tema ao Boatos.org, entre em contato com a gente pelo site, Facebook e WhatsApp no telefone (61)99177-9164.
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