Boato – Carta sobre pandemia da Covid-19 enviada ao presidente Bolsonaro está certa ao afirmar que pandemia é uma farsa, que não se deve fazer lockdown, usar máscaras e tomar vacinas.
Vivemos um caos chamado pandemia há cerca de 1 ano. Infelizmente, a situação que já não é nada boa só tem piorado com a falta de informação e histórias falsas que insistem em circular na internet.
Já cansamos de repetir aqui no Boatos.org o mundo das fake news viveu fases ao longo da pandemia. Porém, aquilo que achávamos que teria ficado definitivamente em 2020, alçou novos voos e caiu diretamente no meio da confusão instalada em 2021.
De acordo com uma história que está circulando nas redes sociais, uma carta enviada ao presidente brasileiro Jair Bolsonaro estaria certa ao afirmar que a Covid-19 é uma farsa. Segundo a publicação, o texto (não vamos colocar na íntegra por ser gigante e repetitivo) ainda fala sobre países que não adotaram o lockdown, que máscaras e quarentena não possuem embasamento científico, incentiva as pessoas a não se vacinarem e defende que a pandemia já acabou. O título da publicação é “Carta enviada ao presidente Jair Bolsonaro sobre a farsa Covid”.
Carta enviada a Bolsonaro está certa ao afirmar que Covid-19 é uma farsa?
A informação, claro, fez grande barulho nas redes sociais, especialmente, no Facebook e no WhatsApp. Apesar disso, a história é pura balela. A equipe do Boatos.org leu todo o texto da tal carta, que é recheada de absurdos. Como não temos tempo para refutar cada um deles, selecionamos 10 afirmações falsas feitas na carta para te ajudar a não cair mais em fake news!
Fake #1) “Covid-19 é a maior farsa já perpetrada contra um público desavisado”
Essa é clássica! Desde o início da pandemia estamos desmentindo essa mesma ladainha. Em novembro de 2020, desmentimos uma história muito parecida, que afirmava que o patologista canadense Roger Hodkinson estaria certo ao dizer que o “vírus chinês” é uma farsa. Infelizmente, não só não é uma farsa como também já fez milhares de vítimas ao redor do mundo.
Fake #2) “Suécia, Tanzânia ou Bielorrússia podem ser parabenizados por não fazerem lockdown”
Nenhum dos três países são exemplos para o restante do mundo. Como já explicamos aqui no Boatos.org, a Suécia não fez lockdown, mas adotou outras medidas de proteção (e, no final, acabou se arrependendo por não ter feito o isolamento como outros países). Tanzânia e Bielorrúsia, por sua vez, são comandados por líderes negacionistas que já colecionam protestos e consequências graves por seus discursos desacreditando a Ciência.
Fake #3) “A decisão de quarentena como decisão de uso de máscaras não se baseia em dados científicos”
Muito pelo contrário! Hoje em dia, o que não falta são estudos demonstrando a relação direta entre a redução de transmissão e mortes por Covid-19 com o isolamento social e o uso de máscaras. De acordo com esses estudos, o uso de máscaras combinado com o distanciamento social e o lockdown pode reduzir a taxa de transmissão em mais de 60%.
Fake #4) “A taxa de mortalidade por infecção para este novo coronavírus é provável que esteja no mesmo patamar da influenza sazonal”
Não é verdade. A gripe sazonal possui uma vacina acessível à maior parte da população. Ao contrário dela, a Covid-19 ainda não possui um tratamento efetivo. Além disso, não há vacina para todos e grande parte dos hospitais trabalham com lotação máxima, o que dificulta bastante a assistência àquelas pessoas que precisam de respiradores ou ajuda médica, aumentando os óbitos.
Fake #5) “A quarentena não desencadeou em diminuição dos casos”
A afirmação é totalmente equivocada. Desde 2020, um estudo conduzido pelo Centro Conjunto Brasil-Reino Unido para Descoberta, Diagnóstico, Genômica e Epidemiologia de Arbovírus (CADDE) e publicado na revista Science vem apontando a diminuição da taxa de contágio pela Covid-19 durante os períodos de lockdown.
Fake #6) “Em nenhuma das 2 ondas nem todas as UTIs ficaram saturadas”
Desde o dia 2 de março de 2021, 18 estados brasileiros já registram mais de 80% de UTIs lotadas. O número fez com que diversos secretários da Saúde implorassem por medidas mais rígidas. É o pior cenário desde o início da pandemia. E se você ainda tem dúvidas quanto a 2020, não é difícil achar relatos de pessoas infectadas que morreram por não conseguirem atendimento médico.
Fake #7) “A mídia deve, por exemplo, precisa parar de falar sobre o coronavírus”
Infelizmente, parar de falar sobre o assunto só vai piorar o cenário no qual nos encontramos. Seria o sonho de quem espalha fake news e teses erradas que não se falasse em pandemia. Por isso, a mídia tem realizado um papel muito importante no que diz respeito à divulgação de informações e orientações importantes no combate a Covid-19.
Fake #8) “As pessoas que pressionam por testes obrigatórios estão fraudando governos e perseguindo apenas objetivos econômicos”
Errado! Os testes de Covid-19 não são artigos supérfluos. A pura e simples realização de testes, é claro, não resolve a situação da pandemia, mas ajuda a mapear os infectados, controlando sua rede de proximidade e evitando que pessoas contaminadas continuem circulando pela cidade e espalhando ainda mais o vírus. Além disso, os testes fornecem informações que podem ajudar na tomada de decisões de saúde coletiva ou mudar ações.
Fake #9) “A vacina COVID é tão, tão desnecessária. Tudo isso tem a ver com objetivos puramente comerciais”
Muito pelo contrário! A vacinação em massa é extremamente necessária e é a única forma de gerar imunidade de rebanho na população, o que levará à diminuição ou erradicação da Covid-19. Entretanto, se não conseguirmos vacinar a maior parte da população, corremos o risco de conviver com a doença por mais tempo, o que significa mais infectados, mais mortes e, possivelmente, mais mutações do SARS-CoV, dificultando ainda mais a erradicação da Covid-19.
Fake #10) “Acabou a epidemia!”
Errado! Os dados da Universidade Jhons Hopkins, atualizados diariamente, mostram justamente o contrário. A maior parte dos países está enfrentando a pior fase da doença exatamente neste momento. Já são mais de 2,5 milhões de mortes, 116 milhões de infectados, UTIs lotadas, hospitais em colapso, profissionais da saúde esgotados e muito sofrimento para aqueles que perderam um ente querido para a doença.
Ps.: Esse artigo é uma sugestão de leitores do Boatos.org. Se você quiser sugerir um tema ao Boatos.org, entre em contato com a gente pelo site, Facebook e WhatsApp no telefone (61)99177-9164.
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