Boato – A cerveja Backer foi adulterada criminalmente com dietilenoglicol pela Ambev. O químico tem sido utilizado para acelerar o ponto de ebulição da água da cerveja na fabricação e economizar energia.
Após os casos de contaminação de pessoas que consumiram cervejas da marca Backer, em Minas Gerais, a repercussão acerca de bebidas adulteradas ou de qualidade duvidosa não parou por aí.
Para você ter uma ideia, recentemente aqui no Boatos.org, nós até chegamos a desmentir uma lista falsa que mostrava quais cervejas “não eram cervejas”, entre elas, marcas bastante consumidas aqui no Brasil, como Skol, Antarctica e Budweiser, por, supostamente, adicionarem grãos de milho no lugar de lúpulo e cevada e, ainda, possuírem conservantes químicos que causam câncer. Não foi o único caso.
Nos últimos dias, uma publicação que começou a circular o Facebook denuncia que a cerveja Backer foi adulterada criminalmente com dietilenoglicol pela Ambev e que o produto seria utilizado pela cervejaria. De acordo com a postagem, se seria necessária uma hora para atingir 98gC, com o químico dietilenoglicol, esse ponto ideal seria atingido em apenas 20 minutos. Por conta disso, várias “grandes companhias” estariam utilizando o químico em suas cervejas.
A publicação ainda dá conta de que a Ambev teria desenvolvido uma fórmula de “xarope de milho” e outros componentes artificiais que são usados para fabricar algo que “não é cerveja”. Mais que isso, aponta que a cerveja Backer, que teria sido adulterada, havia assinado contrato com patrocinador do Carnaval de BH, mas que, agora, havia decretado a sua “morte”. Confira, a seguir, o texto original da publicação:
CERVEJA OU VENENO FIQUE POR DENTRO:::::O elemento encontrado na Backer ADULTERADA CRIMINALMENTE dietilenoglicol é utilizado largamente pelas grandes companhias para acelerar o ponto de ebulição da água da cerveja. Se é preciso uma hora para atingir 98gC , com o químico dietilenoglicol é atingido em 20 minutos!!!! O resultado é uma economia de energia assustadora e sem concorrência, o problema é a dor de cabeça depois….. Mas isso é passado para as gigantes, a Ambev desenvolveu junto a multinacional Ingredion ( antiga Maizena) um “xarope de milho” que NÃO PRECISA MAIS DE AQUECIMENTO E FERMENTAÇÃO!!!!!!! Tudo é feito a FRIO em um reator, o fermento não é fermento é apenas um componente “azedo” para dar a impressão de fermentação, o Lúpulo é extrato essencial artificial e não mais lúpulo em pallets, a cor é artificial amarelo tartrazina, o gás é CO2 e não há fermentação natural !!!!! Isso é um escândalo!! A Backer havia ganho o contrato de patrocinador do carnaval de BH, e decretou sua morte! Celso Daniel “BACKER” capiche? Ps- Alguém da cidade de Jaguariúna já sentiu o cheiro de cevada no ar proveniente de uma das maiores cervejarias do Brasil????
NÃO SÃO CERVEJAS DE VERDADE: 1)Brahma Chopp 2)Skol 3)Bavaria 4)Antarctica 5)Sol 6)Brahma Fresh 7)Antarctica Sub-zero 8)Draft 9)Cerpa Gold 10)Glacial 11)Nevada 12)Itaipava 13)Itaipava Premium 14) Schin 15)Crystal PORQUÊ? Feitas com grãos que não são cevada ou trigo (maltados) e nem lúpulo. Eles foram substituídos por grãos de milho ou outros cereais (não maltados) e conservantes químicos. NÃO DEVEM SER CONSUMIDAS: 12)Budweiser 13)Corona 14)Tijuca 15) Petra PORQUÊ? São Cheias de conservantes Químicos. Essas 15 cervejas, fazem mau a saûde, e podem gerar doenças como cancer. CERVEJA DE VERDADE: 1) Stella Artois 2)Devassa 3)Amstel 4)Heineken 5)Eisenbahn 6)Skol Puro Malte 7)Império Puro Malte 8)Tijuca Puro Malte 9)Bohemia 10)Brahma extra 11)Serra Malte Essas 11 são algumas que são cervejas de qualidade, podem tomar sem medo!! São feitas exclusivamente de Malte (de cevada e/ou de trigo), Lúpulo e Água. O único aditivo permitido é o fermento natural (levedura). Compartilhem!!!!!!
Cerveja Backer foi adulterada criminalmente com dietilenoglicol pela Ambev?
Como já era de se esperar, essa nova publicação voltou a “assombrar” os que adoram apreciar uma boa gelada. Mas será mesmo que a cerveja Backer foi adulterada criminalmente com dietilenoglicol pela Ambev? A resposta é não! E o porquê você confere a seguir.
Para começar, percebemos (já ao bater o olho na mensagem) que toda a segunda parte do texto (a partir do “não são cervejas”) é o mesmo boato desmentido há alguns dias. Como falamos no desmentido (que pode ser acessado com mais detalhes aqui), não existe na legislação brasileira qualquer classificação que determine se uma bebida é ou não é uma cerveja, fora o fato de que a Ambev, que teve algumas de suas cervejas citadas na tal lista (tanto de “cervejas de verdade” quanto de “não cervejas”), divulgou nota desmentindo o uso de conservantes na fabricação.
Além disso, a mensagem levanta uma hipótese gravíssima, de que a Ambev sabotou a Backer. Porém, ao buscarmos pela informação em fontes confiáveis ou mesmo na cobertura sobre o assunto de “cervejas envenenadas”, nada encontramos sobre a tal acusação. Mais do que isso, a mensagem não apresenta nenhuma prova (o que seria o mínimo, neste caso). Em segundo lugar, a própria Ambev já respondeu à acusação. Leia trecho de nota enviada ao Boatos.org:
“Repudiamos veementemente a insinuação feita ao final do texto. É uma insinuação grave e falsa de uma prática criminosa, sem qualquer fundamento. Isso poderia inclusive caracterizar calúnia, que configura um crime pelas leis brasileiras. Os acontecimentos são trágicos para as famílias envolvidas, para a Cervejaria Backer e para todo o setor cervejeiro. O(a) autor(a) do texto deveria ser mais consciente antes de fazer insinuações maliciosas como essa. É necessário aguardar o assunto ser devidamente esclarecido pelas autoridades.”
Além disso, a mensagem que está sendo compartilhada erra em diversas informações apresentadas, inclusive, sobre o suposto contrato de patrocínio da Backer para o Carnaval de BH. Veja o que foi dito pela Ambev (Fato este que foi confirmado pelo site de notícias do mundo publicitário Propmark):
“Também é mentira sobre o carnaval de BH. A Backer não venceu o contrato de patrocinador. A concorrência pública é feita pela Belotur (vinculada à prefeitura de BH) a cada dois anos, e a vencedora no período 2019/2020 foi a Agência DO Brasil junto com a Ambev, que foi a única empresa que apresentou proposta.”
A parte que fala do uso do dietilenoglicol também está errada, uma vez que o uso do químico serve para a etapa de resfriamento da cerveja, e não para ebulição. Essa mesma informação foi reforçada pela Ambev, que apontou que não usa a substância na fabricação das suas marcas. “A Ambev não possui e não utiliza a substância dietilenoglicol em suas cervejarias. Essa história de esquentar o mosto é mentira. As cervejarias não colocam nada no líquido para fervê-lo”, apontou.
Além disso, há outros “furos” de informação na publicação que está sendo compartilhada (como o que cita o “xarope de milho” e a “fermentação”). No entanto, com todos esses fatos listados desmentidos, já dá para concluir que a denúncia não tem fundamento e sequer provas do que foi dito. Ao contrário disso, ela usa trechos de um boato que já foi desmentido e erra em várias informações.
Resumindo: A publicação que denuncia que a cerveja Backer foi adulterada criminalmente pela Ambev não é verdadeira. Além de errar em várias informações, ela sequer apresenta provas que comprovem que a cerveja foi sabotada e, de quebra, usa um boato já desmentido aqui. Portanto, não compartilhe!
P.S.: Esse artigo é uma sugestão de leitores do Boatos.org. Se você quiser sugerir um tema ao Boatos.org, entre em contato com a gente pelo site, Facebook e WhatsApp no telefone (61) 99177-9164.
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