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Não há nenhuma prova de que “falar demais” é uma forma de idosos prevenirem doenças como Alzheimer e demência

Falar demais previne Alzheimer e demência em idosos, diz boato (Foto: Reprodução/Facebook)

Boato – Falar demais é uma forma de prevenir doenças como Alzheimer e demência em idosos.

Análise

O que não faltam na internet são mensagens apontando para “grandes dicas de saúde” muito simples de se fazer. Neste sentido, um texto está circulando em redes sociais.

O texto sugere que falar muito seria uma forma eficaz de prevenir Alzheimer e outras doenças relacionadas à memória em idosos. Ele atribui diversos benefícios ao hábito de “falar e falar”, como o aumento da capacidade de memória, a redução do estresse, e o exercício dos músculos faciais. Leia:

CIENTIFICAMENTE COMPROVADO. Os idosos são ridicularizados quando falam demais, mas os médicos veem isso como uma bênção, dizendo que os idosos aposentados deveriam falar mais porque atualmente não há como prevenir a perda de memória. A única maneira é falar e falar, cada vez mais. Existem pelo menos três benefícios para os idosos que falam mais…

Primeiro: Falar ativa o cérebro, pois a linguagem e os pensamentos se comunicam, principalmente quando se fala rápido, isso naturalmente acelera o pensamento e melhora a capacidade de memória. Idosos que não falam têm maior probabilidade de desenvolver perda de memória. Dois: Falar mais previne doenças mentais e reduz o estresse. Os idosos muitas vezes guardam tudo no coração sem dizer ou desabafar nada, sentem-se sufocados e desconfortáveis. Dar aos idosos a oportunidade de falar mais e ouvir uns aos outros irá ajudá-los a sentirem-se melhor.

Terceiro: A fala exercita os músculos ativos da face, exercita a garganta, aumenta a capacidade dos pulmões e reduz os perigos ocultos da vertigem e da surdez, que freqüentemente prejudicam os olhos e os ouvidos. Resumindo: como adulto mais velho, a única maneira de prevenir a doença de Alzheimer é conversar ativamente e interagir com o maior número de pessoas possível. Não há outro remédio para isso. Por isso, é recomendado que grupos de amigos mais velhos se reúnam em algum lugar pelo menos uma vez por semana, durante cerca de 2 ou 3 horas, para trocar opiniões e desestressar com um sorriso. (Envie para pelo menos 10 amigos mais velhos, é bom para eles e uma boa ação de sua parte)

Checagem

Para checar o conteúdo, vamos responder a algumas perguntas. São elas: 1) Falar demais previne Alzheimer em idosos? 2) Há algum informação real no texto que fala sobre o benefício de idosos falar demais? 3) Como previnir o Alzheimer?

Falar demais previne Alzheimer em idosos?

Não, essa afirmação não é cientificamente comprovada. Não consta nenhuma estudo que mostre a relação entre a forma que uma pessoa fala e a prevenção de doenças como Alzheimer e demência.

Embora a comunicação e as interações sociais sejam benéficas para a saúde mental e emocional, não há estudos que demonstrem que falar muito previne diretamente Alzheimer ou outras doenças neurodegenerativas. Alzheimer é uma condição multifatorial com influências genéticas, ambientais e de estilo de vida, e sua prevenção não se resume a um único hábito.

Há alguma informação real no texto que fala sobre os benefícios de idosos falarem mais?

Alguns elementos citados possuem respaldo, mas em contextos diferentes. Estudos indicam que interações sociais regulares podem contribuir para o bem-estar emocional e estimular o cérebro, ajudando na saúde cognitiva. A fala e a troca de ideias ativam circuitos cerebrais, mas isso não significa que “falar demais” isoladamente seja uma solução preventiva ou terapêutica para doenças neurodegenerativas.

Como prevenir o Alzheimer?

Embora não exista uma cura para o Alzheimer, estratégias para reduzir os riscos incluem manter uma dieta saudável, praticar atividades físicas regularmente, estimular o cérebro: com leitura, jogos e aprendizado contínuo, socializar, controlar fatores de risco e
evitar tabagismo e excesso de álcool.

Conclusão

Fake news ❌

O texto viral que sugere que “falar muito” previne Alzheimer é impreciso. Embora a interação social seja benéfica para a saúde cognitiva, ela não substitui um conjunto mais amplo de medidas preventivas baseadas na ciência. Até o momento, não há nada que se comprove com isso.

Ps: Esse artigo é uma sugestão de leitores do Boatos.org. Se você quiser sugerir um tema ao Boatos.org, entre em contato com a gente pelo e-mail [email protected] e WhatsApp (link aqui: https://wa.me/556192755610)