Boato – A Losna (ou Artemísia) mata 98% das células de câncer em 16 horas.
Muito tem se falado sobre as possibilidades de tratamento de câncer hoje em dia. Na tentativa de superar a quimioterapia, conhecida pela agressividade com que atinge as células do corpo, muitos estudos são realizados há anos buscando uma nova forma de tratamento ao câncer.
Aqui no Brasil, a polêmica da fosfoetanolamina (a pílula do câncer) perdura, e as histórias envolvendo o assunto também. Aliás, são constantes as receitas milagrosas de combate ao câncer. Tanto que, agora, encontraram mais uma – a Losna (Artemísia) cura a doença e está comprovado que ela mata 98% das células cancerígenas em apenas 16 horas. Confira:
‘Médico famoso divulga planta que mata o câncer em 16 horas! Mas porque não a usam? Erva que mata 98% das células cancerígenas em 16 horas. A “planta” é na realidade uma erva, conhecida pelos nomes de Losna, Artemisinina ou Absinto, usada há séculos pelos chineses, para o tratamento de febre, da malária e outros parasitas.
[…]
Agora estudos científicos bem recentes mostram que a planta consegue combater as células cancerígenas de forma muito surpreendente. Numa série de estudos, feitos á Artemisinina, uma substância extraída da Losna, reduz as células do câncer do pulmão até 28%. Mas em combinação com ferro, esta planta incrível mata 98% das células cancerígenas em apenas 16 horas. Melhor que tudo é que a sustância ataca seletivamente as células “más” sem afetar os tecidos saudáveis.
O Dr. Len Saputo classifica a artemisinina de “bomba inteligente contra o cancro”. Dr. Saputo mostra como esta combinação de ferro e artemisinina pode ser desenvolvido em poderosos medicamentos anti-cancro.”
Tem outro estudo realizado pela Faculdade de Washington, liderado pelo Dr. Henry Lai e Narendra Singh, este foi o maior estudo realizado nos Estados Unidos feito com a artemisinina, ele mostra que a artemisinina combinada com ferro, tem uma taxa comprovada de 75% de destruição do cancro da mama após apenas 8 horas e quase 100% de destruição em apenas 24 horas.’
Se existe uma planta que acaba com o câncer em 16 horas, a pergunta é realmente muito pertinente – por que não a usam? Por que essa informação está sendo compartilhada pela metade. Como é típico de boatos, essa história de que a losna cura câncer tem aspectos verdadeiros e várias informações que são ‘deixadas de lado’.
O estudo feito pelos médicos Henry Lai e Narendra Singh é de 2001. Os pesquisadores, que de fato são membros da Universidade de Washington, comentaram estes resultados há mais de 14 anos.
Na matéria publicada no site de notícias da universidade, o UW Today, eles relataram os sinais positivos da pesquisa e comentaram que os próximos passos requeriam muitos testes, começando ainda pelos animais. Não à toa, o título da matéria na época era “Antiga planta chinesa alternativa pode conter chave para o tratamento não-tóxico do câncer”.
Esclarecida essa questão, encontramos também no site da Universidade de Washington, um comunicado da instituição afirmando o seguinte:
“O Departamento de Bioengenharia e a Universidade de Washington não defendem o uso da artemisinina para o tratamento do câncer. O Departamento de Administração de Comidas e Remédios dos Estados Unidos não aprova o uso contínuo da artesiminina para o tratamento de nenhuma doença.
A pesquisa sobre artesiminina e o câncer ainda está em um estágio muito primário. A utilização da artesiminina deve ser considerada experimental e toma-la, assim como outras drogas, requerem extrema cautela e uso responsável. Sempre consulte seu médico antes de começar qualquer tratamento novo” [tradução livre]
Enfim, apenas recapitulado, os resultados promissores foram de fato encontrados em um estudo divulgado em 2001 do qual não encontramos nenhuma menção recente, sobre qualquer tipo de avanço. O tal médico famoso que defende o uso da losna, Len Saputo, existe, no entanto também não encontramos uma pesquisa formal do médico sobre os reais efeitos da planta no tratamento do câncer. E como o recado dado pela pra UW já diz tudo, encerramos esse #boato por aqui.