Boato – Ministério Público Federal proibiu vacina contra o HPV. MPF afirmou que vacina pode conter metais pesados, vírus transgênicos e conservantes
O HPV (vírus do papiloma humano) ainda é, de certa forma, tabu em nossa sociedade. Ele possui mais de 100 subtipos diferentes. Alguns podem causar verrugas ou papilomas não-cancerosos. Já outros podem levar ao câncer como, por exemplo, o câncer do colo de útero.
Para evitar casos de câncer no futuro, o governo federal disponibilizou gratuitamente (para determinadas faixas etárias) a vacina contra os principais subtipos do HPV que podem causar câncer.
Porém, nem todo mundo se vacinou. Alguns optaram por não tomar a vacina contra o HPV por falta de informação. A motivação de outros foi o medo, muitas vezes potencializado devido à divulgação de determinadas histórias sobre efeitos colaterais. Nos últimos dias, uma dessas histórias vem ganhando força nas principais redes sociais do país. Segundo o texto (viral no WhatsApp ou Facebook), o Ministério Público Federal teria proibido a vacinação contra o HPV em todo o Brasil. Confira:
MPF realmente proibiu a vacina contra o HPV no Brasil?
Com saúde não se brinca. Então, é importante alertá-los que essa informação não passa de um boato. Não, o Ministério Público Federal não proibiu a vacinação contra o HPV no país. Quer saber o porquê? Vem que eu te explico.
De acordo com a história que vem circulando nas redes sociais, a vacina poderia causar efeitos colaterais indesejados, debilitando e podendo levar à morte quem fosse vacinado. Entre as explicações para isso, o texto sugere que a vacina contém metais pesados, vírus transgênicos e conservantes. Só que nenhum estudo divulgado registra a presença dessas substâncias nas vacinas.
Além disso, efeitos colaterais são normais em qualquer tipo de vacinação, o que não implica uma relação direta entre a vacina e o problema ocasionado. Em alguns casos, os efeitos surgem por conta de problemas de saúde anteriores ou genéticos.
Também é bom lembrar que o Ministério Público Federal ajuíza ações e defende direitos indisponíveis dos cidadãos, ou seja, não cabe ao MPF proibir algo ou não. Isso compete à Justiça, após o julgamento da ação. O papel do MPF é pedir que algo aconteça ou seja evitado.
Em relação ao movimento do MPF querer a proibição a vacina contra o HPV no país, essa informação é desatualizada. O fato ocorreu em 2015. O envolvido, naquela ocasião, foi uma subseção do Ministério Público Federal, em Minas Gerais. O órgão entrou com uma ação na Justiça para suspender a vacinação contra o HPV, alegando não haver estudos suficientes que comprovem a proteção da vacina contra o câncer.
Em 2016, a Justiça Federal negou o pedido do MPF de Minas Gerais, por falta de provas de que a vacina faça mal. A decisão da juíza responsável pelo caso foi válida para todo o país. Ou seja, a decisão de não suspender a vacinação é antiga, mostrando que o texto que circula pela internet está desatualizado e equivocado.
Portanto, é bom não acreditar em tudo o que lê na internet. Apesar dos efeitos colaterais, estudos mundiais comprovam que a vacina é segura e eficaz. Vale lembrar que temos 10 milhões de infectados pelo HPV no país e cerca de 600 milhões no mundo. Em muitos casos, a pessoa nem sabe que teve contato com o vírus, mas, pode contaminar seus parceiros.
Então, é melhor não brincar com coisa séria. Se você tem dúvidas, consulte um médico. Não as redes sociais. Sobre o pedido do MPF, não acredite e não repasse.
Ps.: Esse artigo é uma sugestão de diversos leitores via WhatsApp. Se você quiser sugerir um tema ao Boatos.org, entre em contato com a gente pelo site, Facebook e WhatsApp pelo telefone (61) 99432-5485.