Com a campanha Novembro Azul em pauta, uma dúvida começou a ser suscitada: todos os homens com mais de 45 anos devem fazer o exame? O Boatos.org explica.
Depois de um mês dedicado à prevenção do câncer de mama, o Outubro Rosa deixa seu espaço ao Novembro Azul. Agora, empresas e organizações se dedicam à prevenção do câncer de próstata, o segundo mais comum entre os homens, atrás apenas do câncer de pele. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde são esperados até o final do ano 79.800 novos casos da doença na população masculina brasileira.
O ponto central da campanha é o incentivo ao exame de próstata (toque retal) e ao teste PSA (antígeno prostático específico medido no exame de sangue), no qual afirmam que a detecção precoce colabora com o sucesso do tratamento. No entanto, como se não bastasse o preconceito e aspecto pejorativo que paira sobre o exame há anos, pesam agora algumas controvérsias.
Acontece que um estudo realizado pela Harding Center acompanhou 2 mil homens por 10 anos, dos quais 1000 passaram anualmente por exames de toque retal e 1000 não. Do primeiro grupo 7 homens morreram de câncer de próstata, enquanto entre aqueles que não realizaram o teste com frequência, exatos 7 também morreram pela mesma razão. Além disso, no acompanhamento, 160 homens se tornaram suspeitos de ter o câncer, quando não tinham.
Diante desses resultados, muitas instituições importantes de saúde não apoiam o Novembro Azul e aconselham a não realização constante dos exames de próstata. Entre essas instituições está a Força Tarefa Americana de Serviços de Prevenção, a Força Tarefa Canadense em Saúde Preventiva, a Associação de Urologistas dos EUA, o Ministério de Saúde brasileiro, a Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade e até o Instituto Nacional do Câncer (INCA).
Enquanto isso, a Sociedade Brasileira de Urologia defende que é muito importante fazer o exame com frequência a partir dos 45 anos de idade e que essa é a forma mais eficaz de prevenção. Para o INCA, só devem recorrer ao exame, homens com 45 anos ou mais, que tenham apresentado sintomas da doença (como dificuldade de urinar e dor óssea) ou que tenham histórico de câncer de próstata na família.
No fim das contas, vale o esclarecimento: o exame não é mais uma unanimidade entre os profissionais da saúde, mas a velha máxima ainda é válida, na dúvida, procure um médico.
PS: este artigo foi uma sugestão do leitor Felipe Melo. Se você quiser sugerir um tema para o Boatos.org, entre em contato com a gente pelo site ou pelo Facebook.