Boato – Podemos estar diante de uma pandemia mundial e a ciência não poderia fazer nada para combater superbactérias.
Um post, no mínimo controverso, postado no site do canal de TV History assustou algumas pessoas no mês de dezembro de 2013. O texto, com tom alarmista e sensacionalista, de título “Alerta Mundial: Podemos estar diante de uma pandemia, e a ciência não poderá fazer nada” aponta que a situação em relação às superbactérias estão saindo de controle e que, em pouco tempo, poderíamos estar diante de uma pandemia de algo que mata rápido e não tem cura.
O texto, que pode ser lido aqui, aponta que “especialistas” vêm advertindo as pessoas sobre uma nova ameaça: as bactérias que seriam resistentes a antibióticos. De acordo com o texto, 23 mil pessoas morrem nos EUA por ano causa das superbactérias.
O texto aponta que a grande culpa disto é do uso indiscriminado de medicamentos antibióticos. Isso fortalece as bactérias. Por fim, o texto aponta que “diversos governos” já alertaram sobre o problema e que tudo isso poderia acarretar em 50 milhões de mortes no mundo. Assim como na gripe espanhola em 1917.
Antes de se apavorar, entenda que não é bem assim que as coisas funcionam. Apesar de realmente as bactérias resistentes a medicamentos terem aparecido com mais frequência nos últimos tempos, a situação não está pior do que antes dos antibióticos terem sido descobertos em 1928 ou mesmo do que há vinte anos, quando a medicina não havia avançado em muitos fatores.
Buscando na web sobre o assunto, chegamos aos dois grandes vilões do momento: o KPC e o NDM-1. No site do Dr. Dráuzio Varella, há a explicação do que é o KPC. Trata-se sim de uma bactéria resistente a quase todos os tipos de medicamentos. Porém, ela pode ser prevenida com higiene. Este artigo do hospital Albert Einstein aponta que a higiene correta e o uso sensato de antibióticos já reduzem as chances de ação da superbactéria.
Em novembro de 2013, o Folha de S.Paulo deu uma matéria apontando que testes com uma substância encontrada em corais estavam sendo eficazes na destruição da superbactéria. Os estudos estavam sendo feitos por estudantes do uma universidade do Distrito Federal. Sendo assim, já podemos ver que o argumento de que “a ciência nada pode fazer” está sendo derrubado.
Em 2010, quando ocorreu alguns casos de infecção no Brasil, a Veja fez uma matéria a respeito do assunto e citou a NDM-1. De acordo com os especialistas ouvidos pela revista, as superbactérias são um problema a serem resolvidos pela ciência, mas não havia necessidade de alarmismo.
Com essas informações, chegamos à conclusão de que existem realmente bactérias resistentes a antibióticos. Mas, ao contrário do que aponta o site do History (que no texto não citou uma fonte, apenas “especialistas e governos”), são pequenas as chances de uma pandemia e a ciência pode sim fazer algo a respeito das superbactérias.