Boato – A cidade de Armação de Búzios (RJ) não tem mais casos de Covid-19 porque resolveu adotar o tratamento precoce (com cloroquina) contra a Covid-19 e suspendeu lockdown.
Agora é oficial (de novo): o Brasil vive o pior momento na pandemia da Covid-19. Com mais de 250 mil mortes (e, infelizmente, contando), ainda existem pessoas insistem que isolamento social não funciona e que a “solução” está nos “medicamentos mágicos” defendidos por negacionistas. A última história que circulou na internet aponta para a cidade de Armação de Búzios (RJ).
De acordo com publicações, Búzios teria “zerado” o número de casos de Covid-19 apenas utilizando o chamado tratamento precoce (eufemismo dado ao coquetel de remédios que inclui a cloroquina). Em uma das versões, é dito que o STF está errado ao querer saber porque Bolsonaro comprou o medicamento. Em outra, ainda é dito que a cidade “reverteu” um lockdown. Leia:
Versão 1: Meus amigos, vamos parar de boicotar o TRATAMENTO PRECOCE!!! Vejam o verdadeiro “milagre” que ocorreu em Búzios!!! Será que divergências políticas são mais importantes que a VIDA??? O tratamento precoce salva vidas!!! Enquanto isso o STF quer saber por que o Presidente BOLSONARO comprou CLOROQUINA!!! Será que essa reportagem responderia a pergunta??
Versão 2: Tratamento precoce faz Búzios zerar casos de Covid. Em dezembro do ano passado, população protestou e conseguiu reverter lockdown decretado pela Justiça. Hoje não há mais pacientes internados com a doença na cidade
Tratamento precoce (com cloroquina) fez Búzios (RJ) zerar casos de Covid-19?
Em uma só história, temos, no mínimo, três informações distorcidas. Nem Búzios faz uso do “tratamento precoce” (não o que vocês estão pensando, com cloroquina), nem zerou o número de casos de Covid-19 tampouco o baixo (pelo menos até o momento) número tem a ver com isolamento social.
A primeira falácia das quais vamos falar é a que aponta que Armação de Búzios “zerou” os casos de Covid-19. Esse tipo de ideia errada pode ser perigosa quando ainda há pessoas que relacionam o uso de medicamentos sem comprovação científica como forma de prevenção (o que chamam de profilaxia).
Como é possível ver na página oficial da Prefeitura de Búzios, todos os dias há novos diagnósticos de contaminação pelo coronavírus. No dia 26, foram quatro novos casos. No dia 25, foram seis novos casos. No dia 24, foram oito novos casos.
Quando se falou em “zerar” (situação que no dia da publicação deste texto não se sustenta já que há uma pessoa internada por causa da doença), a Prefeitura de Búzios se referia (como aponta essa matéria) a internações.
A segunda informação errada é a que relacionada remédios como a cloroquina ou o “Kit Covid” como a solução para cidade. Como apontou nesta matéria, o próprio prefeito Alexandre Martins disse que não a cidade não usa a cloroquina (a qual se referiu como “porcaria” no texto).
A terceira informação errada é a que aponta que a situação de Búzios se deve à suspensão do lockdown pela Justiça em dezembro do ano passado. Mesmo com lockdown suspenso (assim como em Manaus, que virou um caos em janeiro), a prefeitura manteve medidas rígidas de isolamento social e barreiras de controle. Ou seja: não liberou geral.
Resumindo: nem Búzios zerou os casos de Covid-19, nem usa cloroquina tampouco acabou com todas as restrições de isolamento social. O texto que circula online interpreta de forma errada ações da prefeitura local contra a doença.
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