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Vídeo sobre sequelas severas das vacina contra Covid-19 desinforma sobre proteção e efeitos colaterais dos imunizantes

Vídeo que fala sobre sequelas severas da vacina contra Covid-19 está correto, diz boato (Foto: Reprodução/WhatsApp)

Boato – Vídeo que fala das sequelas severas da vacina contra a Covid-19 está correto em afirmações como a de que os imunizantes não protegem contra a doença e causam mais trombose do que o coronavírus.

Análise

Infelizmente, a pandemia serviu para que o nicho dos antivax se fortalecesse no Brasil. A prova está em um vídeo que tem o título de “QUAIS AS SEQUELAS SEVERAS DAS VACINAS ?ENTENDA”.

No vídeo, um profissional de saúde que defendeu o chamado “tratamento precoce” para a doença (algo que se mostrou ineficaz) fala sobre supostos males das vacinas em uma entrevista.

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Além de citar questões relacionadas à ruídos de informação do início da pandemia para vender a tese de que as vacinas não protegeram contra a Covid-19, ele afirma que as vacinas causam efeitos colaterais gravíssimos sendo, no caso da trombose, piores do que a própria Covid-19.

Checagem

O fato de a pessoa do vídeo ser articulada e, inclusive, não radicalizar (pelo menos não no discurso) ao atacar inclusive pessoas que lançam fakes absurdas como a do grafeno nas vacinas faz com que o discurso seja palatável. Só há um problema nisso: as afirmações não vão ao encontro com o que diz o consenso científico.

Para realizar a checagem do conteúdo, vamos nos ater aos pontos que consideramos mais sensíveis no vídeo. São eles: 1) É verdade que a vacina contra a Covid-19 não garantiu proteção contra a doença? 2) É verdade que a vacina contra a Covid-19 causa mais trombose do que a doença? 3) O que mais podemos destacar no vídeo?

É verdade que a vacina contra a Covid-19 não garantiu proteção contra a doença?

Apesar de, conforme falamos, a afirmação ter sido colocada de forma persuasiva, ela não se sustenta se formos buscar dados na realidade. Além de estudos clínicos terem comprovado a eficácia dos imunizantes distribuídos para a população, a realidade se mostrou posta a partir do momento do início da vacinação em massa.

Assim que a vacina começou a ser aplicada na população mais idosa, a letalidade da doença diminuiu na faixa etária. Isso ocorreu progressivamente em todas as faixas até que a doença fosse controlada. Dados mostram, inclusive, que a maior taxa de casos graves da doença se deu em quem não tinha o esquema de vacinas completo (claro que este dado tem que levar em conta outros fatores como comorbidades e idade). A própria ciência (a de verdade, não a pseudociência) ressalta que a vacinação é a grande responsável pelo controle da doença.

É verdade que a vacina contra a Covid-19 causa mais trombose do que a doença?

Está aí mais uma afirmação preocupante. É fato que há o risco de efeitos colaterais na vacina contra a Covid-19 (assim como há com a maioria das medicações). Porém, falar em risco de trombose maior do que quem pega a doença é ignorar dados de órgãos como o CDC, NHS e Ministério da Saúde que mostram que os benefícios da vacinação superam os riscos.

A incidência de eventos adversos graves da vacinação é raríssimo. Já para quem pega a doença, a letalidade chegou, no início da pandemia, a um percentual alarmante.

O que mais podemos destacar no vídeo?

A ideia geral de que as vacinas fazem mal já é uma ideia errada. Só que para além disso e do que falamos, também há problemas na fala que confunde miocardite com infarto (algo já desmentido), em falar (sem provas) de que aumentou o número de infarto em jovens por conta da vacina e também criticar a vacina por conta da necessidade de doses de reforço (se com gripe é assim porque não seria com o coronavírus).

Conclusão

Fake news ❌

O vídeo em questão está muito bem embalado, mas quanto analisamos mais a fundo ele não passa de uma reprodução do que já vimos na pandemia toda. As afirmações são desmentidas pela realidade e só faltou falar em grafeno para ficar pior ainda.

Ps: Esse artigo é uma sugestão de leitores do Boatos.org. Se você quiser sugerir um tema ao Boatos.org, entre em contato com a gente pelo e-mail [email protected] e WhatsApp (link aqui: https://wa.me/556192755610).