Boato – Uma mãe teve o filho sequestrado após aceitar um pedido de amizade de um desconhecido que vende crianças por US$ 5 mil.
Uma das regras mais elementares de quem faz uso de redes sociais é relacionada a estranhos. Apesar de muitas pessoas não se importarem com quem faz parte da sua rede, é bom criar um filtro para não conversar com gente inconveniente, fakes ou mesmo criminosos.
Uma história que circula online reforça (e muito) esse alerta. Ela dá conta que uma criança foi sequestrada e vendida após a sua mãe aceitar um desconhecido no Facebook. Como o texto é gigantesco e com nuances de mistério dignas de “João Kleber”, fizemos um resuminho para você:
Esta mãe perdeu o filho porque cometeu um erro no Facebook. Fique atento!!!! Apenas um clique pode mudar toda uma vida, veja e entenda,,,,
A internet e as redes sociais podem ser uma bênção e uma maldição, tudo ao mesmo tempo. Alguns pais foram obrigados que aprender essa lição da forma mais cruel. Todos nós deveríamos conhecer essas histórias e extrair delas as conclusões corretas. Imagine a seguinte situação: você recebe uma solicitação de amizade no Facebook de um estranho/a. Repito, você não conhece esta pessoa. Mas a foto do perfil parece simpática e agradável, então você aceita.
Um clique rápido e você logo se esquece, afinal de contas tem sempre muitos afazeres. Quem sabe, seu filho/a está indo para a escola pela primeira vez. Você, todo orgulhoso/a, tira uma foto e logo posta no Facebook. O que acontece então, em segredo, é inimaginável: aquele estranho/a que você adicionou à lista de amigos salvou a foto que você postou e a colocou em um catálogo online. Esse catálogo é então enviado a centenas de homens pelo mundo afora. Embaixo, a propaganda: “Fresca, garota brasileira. Menos de 6 anos. Apenas US$5.000!”
Você não imagina o que está acontecendo, porque tudo acontece às escondidas, em um mundo que você nem imagina que existe. O terror começa quando, algumas semanas depois, você vai à escola buscar sua filha/sobrinha/neta. Você espera no portão, e nada. Você entra na escola, procura por toda parte, e não a encontra. O pânico então começa a tomar conta enquanto você pergunta a todos por ali, desesperadamente: “Você viu esta garotinha?”
É somente nesta altura que você começa a imaginar o que pode estar acontecendo. E tudo poderia ter sido evitado se ao menos você não tivesse cometido esse erro grave, que colocou em perigo uma criança inocente. E mesmo que você dê sorte e isso nunca lhe aconteça, não é horripilante só imaginar que a foto do seu filho possa estar em algum catálogo de pedofilia? Então: JAMAIS ADICIONE DESCONHECIDOS NO FACEBOOK! É melhor ter um amigo a menos do que passar por esse pesadelo.
Ao final da mensagem, há um pedido de compartilhamento (é claro) e junto ao texto há duas fotos: de uma mulher e de uma criança. Pois bem: apesar de a história ser preocupante e ter sido muito compartilhada, ela é falsa. Não passa de uma lenda urbana.
Para começar, o texto não cita fontes. Não diz o nome da mulher, das crianças e onde poderia ter acontecido. Quando fomos verificar as fotos, descobrimos que são fotos genéricas de uma mulher e uma criança.
A foto da mulher tem a descrição de “Alopecia Areata in Women (Alopécia em mulheres)”. A da criança é menos criativa, a descrição é “Cute Little Girls (menininhas bonitinhas)”. Nenhuma das duas descreve a situação da história.
Por fim, descobrimos que a história vem de um site chamado “Não Acredito”. Ao navegar pela página descobrimos pérolas como a história do absorvente para se embebedar (que foi desmentida aqui). Ou seja, a fonte da história não é das mais fiáveis.
Sendo assim, podemos afirmar que a história é falsa. Não teve mulher alguma com o filho sequestrado após aceitar alguém no Facebook. Apesar disso, reiteramos que devemos ter cuidado ao aceitar as nossas amizades em redes sociais.