Boato – LIVR é uma rede social que só pode ser acessada por quem está bêbado
Você já deve ter ouvido falar naquela rede social que só pode ser acessada por quem está bêbado. O assunto bombou nas redes sociais no mês de março de 2014. O aplicativo LIVR funcionaria em smartphones com Android e IOS e precisaria de um bafômetro acoplado como acessório.
Um vídeo da suposta rede social foi divulgado e trecho do release que o Gizmodo afirma que recebeu da empresa diz o seguinte:
LIVR age como um segurança biométrico para uma festa global. Antes de acessar, o usuário deve soprar um bafômetro e demonstrar um nível mínimo de álcool. Todos os usuários na rede devem atingir um nível mínimo de intoxicação para garantir que todo mundo conectado à rede em certo momento esteja em um nível parecido. Conforme os usuários metabolizam o álcool, eles precisam beber mais, e então fazer novamente o teste.
O aplicativo só poderia ser aberto por quem estivesse bebendo, e provasse isso pelo bafômetro acoplado ao aparelho. O produto teria ferramentas que permitiriam interação em brincadeiras como “verdade ou desafio”. A rede também teria um localizador e procuraria outros usuários, em que ponto estariam e indicaria o grau de embriaguez. Além disso, os usuários poderiam ligar para outros da rede social para conversar.
No LIVR, também ficariam disponíveis fotos, vídeos e textos dos momentos de embriaguez. E caso o usuário acordasse arrependido, embaraçado no dia seguinte ao ver o que fez na noite anterior, bastava ele acionar a função Blackout, para apagar tudo. E a notícia que o LIVR mandou para a imprensa, é de que o aplicativo seria lançado ainda este ano. O Daily Mail, o Olhar Digital e outros sites publicaram a notícia do lançamento da nova rede social.
Mas depois dessa divulgação, o Gizmodo desvendou a mentira. E são dois fatores principais que trazem a verdade. O primeiro é o valor do bafômetro. Na divulgação do release enviado pelo LIVR, o bafômetro custaria em torno de US$ 5, um valor muito improvável. Os bafômetros, de fato, existem, porém custam muito mais, são caros e complexos para se confeccionar.
Outro ponto a se questionar é a identidade dos fundadores. O LIVR até podia ser real, pois aplicativos com as ideias mais interessantes e bizarras existem aos montes. Mas não é o caso do LIVR, pois este não existe. Os supostos fundadores da empresa seriam Kyle Addison e Avery Platz, mas parecem ser pessoas imaginárias.
Basta uma rápida pesquisa no Google com os nomes dos fundadores para provar que eles não existem. Pois não aparece nenhum programador chamado Avery Platz, além das matérias que tratam sobre o LIVR. E até existem algumas referências a Kyle Addisons, porém, o perfil de nenhum deles no LinkedIn se encaixa no suposto criador do LIVR. E é muito estranho também que o nome de nenhum deles esteja no Twitter.
O LIVR é falso, mas uma coisa é certa, há muito empenho por quem está por trás disso para provar que a rede social é legítima. Trata-se de um trabalho de profissionais, que produziram um vídeo excelente e convenceram a mídia.